Turismo atraente? “Ter 120% da média de vacinação da UE”

A garantia é dada pelo Fórum da Competitividade e garante que PRR deve a par do turismo, focar-se na saúde e no licenciamento. 

“Para garantir que somos um destino atraente este verão seria muito importante que definíssemos uma meta ambiciosa, como ter 120% da média de vacinação da UE”. A garantia é dada pelo Fórum para a Competitividade. “Os dados iniciais do 2.º trimestre permitem algum optimismo, embora a incerteza sobre o turismo permaneça muito elevada, o que tem levado a generalidade das instituições a adiar o calendário da retoma, esperando que o crescimento em 2022 supere o de 2021”, refere na nota de perspetivas económicas. 

Mas os alertas não ficam por aqui. De acordo com a entidade liderada por Ferraz da Costa, Portugal deverá seguir determinadas estratégias e que passam pela reindustrialização, em determinados clusters tecnológicos. É o caso das tecnologias de informação e comunicação; biotecnologia; tecnologias da saúde; materiais, mobilidade, novas energias e aeronáutica. “É necessário também criar incentivos financeiros e fiscais ao crescimento das empresas nacionais”.  

E lembra que há vinte anos que Portugal está estagnado, “a divergir da União Europeia, e a ser sucessivamente ultrapassado pelos novos Estados Membros”, acrescentando que “o turismo e outros setores não podem voltar a crescer só com base em descarbonização e/ou digitalização. É possível e desejável alargar desde já o PRR: em vez de repartir igualmente por todos os departamentos do Estado verbas de digitalização, selecionar duas áreas: saúde e licenciamento”. 

De acordo com o Fórum para a Competitividade, o Governo é exortado a privilegiar as médias e grandes empresas nacionais, dada a dificuldade das pequenas empresas nacionais em terem processos autónomos, definir “empresas-âncora” em cada setor e cluster e atualizar o sistema de incentivos para considerar igualmente a inovação de processo, em vez de predominantemente a de produto. Quanto a estes mesmos incentivos, a ideia é que sejam focados na promoção de fusões e aquisições que permitam maior escala e massa crítica, sendo que o Banco de Fomento deveria desempenhar um papel importante na injeção de quasi-capital nas empresas resultantes destas operações.

Na sua apreciação do plano desenhado pela Comissão Europeia para a recuperação económica nacional, o Fórum critica a falta de linhas orientadoras para lá do propósito da digitalização, antecipando que não será com este motor “que nos será permitido atingir os objetivos necessários de crescimento”.