Estudo revela que 95% dos idosos adquirem anticorpos após segunda dose da vacina

Coordenador do estudo defende que não se deve “espaçar muito” o intervalo entre as duas doses, pois a imunidade garantida pela segunda toma é muito superior.

Um estudo, coordenado pelo Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC), concluiu que 95% dos idosos vacinados contra a covid-19 em lares desenvolveram anticorpos após a segunda dose e que os restantes 5% não adquiriram imunidade.

A pesquisa tem por base uma amostra de 146 idosos, residentes em quatro lares do concelho de Almeirim, inoculados com a vacina da Pfizer/BioNTech entre janeiro e março.

Os investigadores sublinham que o estudo prova que o sistema imunitário dos idosos não responde à vacina contra a covid-19, do mesmo modo que o dos mais jovens.

O imunologista do IGC Carlos Penha Gonçalves, que coorganizou o estudo, disse, à agência Lusa, que nos idosos o sistema imunológico reage de forma "menos vigorosa" às vacinas e o desenvolvimento de anticorpos "é mais lento".

O especialista sublinha que parece haver uma "janela" de suscetibilidade à covid-19 aumentada nos idosos entre a primeira e a segunda dose, uma vez que apenas 25% da amostra desenvolveu anticorpos contra o SARS-CoV-2 após a primeira toma da vacina, pelo que defende que não se deve "espaçar muito" o intervalo entre as duas doses, nem "relaxar as medidas de prevenção".