Barragens. Metade com disponibilidades hídricas superiores a 80%

A chuva provocada pela depressão Lola levou a que as disponibilidades hídricas das barragens aumentassem um pouco por todo o país.

Mais de metade das barragens portuguesas têm, atualmente, disponibilidades hídricas superiores a 80% do volume total e quatro têm disponibilidades inferiores a 40% do volume total.

Esta informação, disponibilizada pelo Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos (SNIRH), consta no boletim “Disponibilidades hídricas armazenadas em albufeiras”, onde é possível ler que “a 26 de abril de 2021 e comparativamente ao boletim anterior (de 19 de abril de 2021) verificou-se a manutenção do volume armazenado numa bacia hidrográfica, o aumento em 6 e a diminuição em 7”.

Em 63 albufeiras monitorizadas, 36 apresentam disponibilidades hídricas superiores a 80% do volume total e quatro têm disponibilidades inferiores a 40% do volume total. Segundo o organismo, este mês de abril termina assim com níveis superiores às médias de armazenamento no período entre 1990/91 a 2019/20), exceto para as bacias do Lima, Ave, Vouga, Mondego, Mira e Ribeiras do Barlavento.

As maiores variações desde o passado dia 19 de abril, naquilo que diz respeito à subida do caudal, ocorreram em Guilhofre (bacia hidrográfica do Ave), Foz Tua e Torrão (bacia hidrográfica do Douro), Aguieira e Fronhas e Lagoa Comprida (bacia hidrográfica do Mondego). Naquilo que concerne a situação oposta, é de assinalar Touvedo (bacia hidrográfica do Lima) e Póvoa (bacia hidrográfica do Tejo).

A seu lado, as albufeiras de Alijó (bacia hidrográfica do Douro), Fagilde (bacia hidrográfica do Mondego), Apartadura, Capinha, Cova do Viriato, Magos e Santa Águeda (bacia hidrográfica do Tejo), bem como Monte Miguéis e Vale de Gaio (bacia hidrográfica do Sado), Abrilongo, Enxoé, Lucefecit e Vigia (bacia hidrográfica do Guadiana) atingiram 100% do seu caudal.

O impacto da depressão Lola É de recordar que, desde sexta-feira, Portugal, de acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), está a ser afetado pela depressão Lola, que está situada a oeste do continente, trazendo chuva e trovoada a partir da tarde desse mesmo dia.

“Os distritos mais afetados serão os das regiões norte e centro”, antecipou a metereologista Patrícia Marques à agência Lusa no fim da semana passada, podendo esta informação ser relacionada com o fenómeno do aumento das disponibilidades hídricas das albufeiras nas zonas anteriormente mencionadas.

“Ocasionalmente podem ocorrer aguaceiros que poderão ser de granizo, principalmente no sábado. Está também previsto vento do quadrante sul, soprando até 30 quilómetros por hora, sendo forte nas terras altas com rajadas até 80/90 quilómetros por hora”, acrescentou a profissional, adiantando que, nos Açores e na Madeira, “os efeitos foram menos gravosos do que os esperados”.

Recorde-se que, na quinta-feira, foram registadas algumas ocorrências nos Açores relacionadas com queda de árvores e estruturas, mas sem causar vítimas ou danos de maior, tendo o IPMA emitido aviso amarelo para os grupos central (S. Jorge, Terceira, Faial, Pico e Graciosa) e oriental (São Miguel e Santa Maria) até sábado de agitação marítima e de vento, e para o grupo ocidental (Corvo e Flores) de agitação marítima.

Também a costa norte da Madeira e o Porto Santo ficaram sob aviso amarelo por causa da agitação marítima.