Romarias a Sevilha suspensas

Já faz quase dois anos que grupos de notáveis aficionados já não vão em comitivas à feira e à Praça Real Maestranza.

Não é só em Portugal que o setor da tauromaquia está a atravessar uma crise profunda devido à pandemia. « Espanha teve uma queda maior do que Portugal», diz Hélder Milheiro, porta-voz da Protoiro.

Em Espanha, o número de espetáculos teve uma quebra de quase 90% com um impacto de cerca de 450 milhões de euros no sector.

As restrições impostas pelas autoridades espanholas inviabilizaram a realização dos principais eventos tauromáquicos, mas a atividade já retomou em algumas regiões do país.

As corridas em Espanha tem características diferentes e um maior peso na economia, mas atraem alguns portugueses que se deslocam a Madrid, à Praça de toiros de Las Ventas, e a Sevilha, Praça Real Maestranza. «Os portugueses vão principalmente à feira de Sevilha, mas também a Badajoz, devido à proximidade, e a Madrid», conta ao Nascer do SOL um elemento ligado à tauromaquia.

Outra das diferenças é que os bilhetes são mais caros do que em Portugal. «São bastante mais caros», diz um aficionado que se desloca ao país vizinho.

Elísio Summavielle, presidente do Centro Cultural de Belém (CCB) e ex-secretário de Estado da Cultura, é aficionado há muitos anos e, numa entrevista ao i, em 2016, assumiu a sua preferência pelas corridas no país vizinho. «Tenho preferência pela lide à espanhola. Talvez por ter tido uma formação com muita influência da literatura. Os poemas do García Lorca… Toda essa gente que escreveu sobre o homem e o toiro, aquele combate entre a vida e a morte. É muito belo».

Era também conhecido que o ex-Presidente da República Jorge Sampaio ou o antigo ministro da Justiça Vera Jardim, viajavam até Madrid para assistir aos toiros de morte. Como muitos notáveis aficionados portugueses.