Luís Neves acusa PJM de ter “armadilhado” investigação de Tancos

“Estávamos a ver a investigação a ser esventrada.Qualquer informação que dávamos aparecia na comunicação social”, afirmou diretor da Polícia Judiciária.

Luís Neves, diretor da Polícia Judiciária (PJ), ouvido ontem como testemunha no julgamento do caso do roubo das armas em Tancos, voltou a apontar à atuação da Polícia Judiciária Militar (PJM) ao longo do processo.

No tribunal improvisado no Centro Nacional de Exposições de Santarém, Luís Neves, que, à época do assalto, liderava a Unidade Nacional Contra Terrorismo, acusou a PJM de ter “armadilhado” a investigação, uma vez que todas as informações dadas àquela polícia pela PJ civil eram depois vazadas para a comunicação social.  “Estávamos a ver a investigação a ser esventrada.Qualquer informação que dávamos aparecia na comunicação social”, afirmou Luís Neves.

O diretor da PJ afirmou ainda que todos os suspeitos sob escuta pareciam saber que estavam a ser escutados e acrescentou que, a partir de determinada altura, as próprias propostas dos elementos da PJM para avançar com a investigação “não faziam sentido”.

Recorde-se que o caso de Tancos surge na sequência de um assalto ocorrido em junho 2017, na qual foram furtados diversos artigos de material de guerra do exército português que se encontravam nos paióis de Tancos. As armas seriam recuperadas pela PJM em outubro  desse ano, na Chamusca, naquilo que o Ministério Público e a PJ acreditam tratar-se de uma operação encenada.