Condições laborais em Odemira “envergonham o Estado”

 “As miseráveis condições de habitabilidade, insalubridade e as gritantes violações dos direitos humanos a que se encontram sujeitos, bem como o abandono a que foram votados, pela inércia ou inépcia das diversas instituições e responsáveis políticos, há muito conhecedores desta realidade, envergonham seguramente o Estado português”.

As condições de trabalho dos migrantes de Odemira, onde existem duas cercas sanitárias devido à covid-19, “envergonham” o Estado, critica o Observatório dos Direitos Humanos e das Prisões do Conselho Regional de Évora da Ordem dos Advogados.

 “As miseráveis condições de habitabilidade, insalubridade e as gritantes violações dos direitos humanos a que se encontram sujeitos, bem como o abandono a que foram votados, pela inércia ou inépcia das diversas instituições e responsáveis políticos, há muito conhecedores desta realidade, envergonham seguramente o Estado português”, afirma o observatório, em comunicado.

À margem de uma visita a uma escola no Porto, no âmbito do Dia Mundial da Língua Portuguesa, o Presidente da República pede que se tirem “lições” sobre o caso de Odemira, criticando as “vozes contra os imigrantes” e lembrando também que estes “estão a contribuir para a economia portuguesa”.

O chefe de Estado diz que esta situação começou “por ser, aos olhos dos portugueses, um caso sanitário que exigia medidas mais graves”. Depois, “foi-se descobrindo que havia realidades sociais por baixo desse caso sanitário”.