Marcelo convida Eanes a presidir aos 50 anos do 25 de Abril

O Presidente Marcelo telefonou ao ex-Presidente Eanes a convidá-lo para presidir às cerimónias comemorativas dos 50 anos do 25 de Abril, que António Costa já tornou público que começarão em 2022 e se prolongarão até 2026. Eanes deverá dar resposta afirmativa em breve.

As comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, que deverão arrancar em 2022, como anunciou António Costa, deverão ser presididas pelo antigo Presidente da República António Ramalho Eanes. O jornal i apurou que o convite a Ramalho Eanes foi feito pelo Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, via telefone.

Ramalho Eanes foi, recorde-se, o único antigo ex-Presidente da República a marcar presença na última sessão solene comemorativa da revolução dos cravos na Assembleia da República. Durante a qual, aliás, o Marcelo, no seu discurso, enalteceu o papel de Ramalho Eanes na garantia da liberdade e do regime democrático durante o período revolucionário e em particular no 25 de Novembro de 1975, liderando a resistência às forças comunistas e a transição para a democracia em Portugal.

Primeiro Presidente eleito após o 25 de Abril (nas presidenciais de 1976) e reeleito (em 1981), Ramalho Eanes não deu uma resposta imediata a Marcelo Rebelo de Sousa, mas que deverá ser positiva. Se assim for, Ramalho Eanes presidirá já ao arranque das comemorações, marcado para 24 de março de 2022 – data simbólica em que a democracia em Portugal terá superado em um dia a duração do regime do Estado Novo.

As celebrações deverão prolongar-se para além de 2024, até 2026, ano em que se assinalarão os 50 anos da entrada em vigor da Constituição da República Portuguesa e as primeiras eleições legislativas e também as primeiras autárquicas e as primeiras presidenciais em democracia. No seu discurso na sessão solene do 25 de Abril, no Parlamento, Marcelo Rebelo de Sousa deixou a promessa de condecorar todos os militares de Abril até ao 50.º aniversário da revolução, em 2024.

No seu discurso comemorativo dos 47 anos da revolução dos cravos, no Parlamento, Marcelo dirigiu-se diretamente a Eanes, entre aplausos dos deputados e convidados, para o elogiar e classificar como “peça-chave” na mudança de regime e no caminho para a liberdade. “Aquele entre eles [militares de Abril] que, depois de ter estado no terreno, veio a ser peça-chave na mudança de regime e primeiro Presidente da República eleito na democracia portuguesa”, disse Marcelo Rebelo de Sousa sobre Ramalho Eanes.