CTT. Lucro dispara para 8,7 milhões de euros no primeiro trimestre

Encomendas expresso contribuíram para este aumento dos resultados. Banco CTT também deu uma ajuda para compensar queda do correio.

Os CTT registaram um lucro de 8,7 milhões de euros no primeiro trimestre do ano. Trata-se de um aumento de 136,3%, ou seja, mais cinco milhões face a igual período do ano passado. Os rendimentos operacionais aumentaram 14,1%, atingindo 205,3 milhões de euros, com destaque para o negócio de expresso e encomendas que cresceu 26,1 milhões de euros (aumento de mais de 70%) e o Banco CTT a registar um crescimento de +1,7 milhões de euros (uma subida 8,7%), “que mais do que compensaram o decréscimo dos rendimentos no correio e outros de 1,6 milhões (-1,4%) e nos serviços financeiros e retalho de 0,9 milhões (-6,7%)”, revela a empresa liderada por João Bento. 

De acordo com a empresa, as receitas do correio recuaram 1,5% face ao período homólogo para 107,8 milhões de euros. As receitas do correio normal caíram 11,7% para 35,7 milhões de euros. O segmento foi pressionado pela “atividade reduzida de clientes empresariais”, como bancos, empresas de telecomunicações e administração pública. 

Nos três primeiros meses do ano, os CTT registaram um agravamento dos custos operacionais, que aumentaram 12,9% para 176,3 milhões de euros, como resultado do aumento do volume de encomendas. 

Atividade bancária sobe Já o Banco CTT fechou o trimestre com uma subida dos rendimentos de 8,7% para 21,2 milhões de euros. O EBITDA recorrente cresceu 26,6% para 1,4 milhões de euros. A empresa garante que a atividade do banco manteve-se “resiliente apesar do impacto das medidas de confinamento no encerramento de balcões” entre janeiro e março. “As comissões líquidas desta área de negócio cresceram 0,7 milhões (+9,7%), positivamente impactadas pelas comissões recebidas do Banco CTT de +1,3 (+47,9%) em resultado do crescimento obtido nas contas e cartões de +0,9 milhões (+763,4%), já que em abril de 2020 foi introduzido um modelo de comissionamento do cartão de débito, e, ainda, pelos seguros e PPR de + 0,4 milhões (+51,8%)”, diz ainda.

Por seu lado, as comissões recebidas dos pagamentos caíram 0,8 milhões (-17,5%). “As maiores quebras ocorreram no pagamento de portagens e faturas, fortemente afetadas pela redução da procura de serviços transacionais na área pagamentos no decurso das medidas de restrição impostas pelo estado de emergência”.

Futuro do serviço postal

Os resultados da empresa surgem, na mesma semana, em que a  Autoridade Nacional de Comunicações  revelou que  as decisões finais tomadas no âmbito da preparação do futuro contrato de concessão do serviço postal universal, que entrará em vigor quando terminar o atual contrato entre o Estado e os CTT, válido até ao final do ano.

A ideia é manter, no que que diz respeito à qualidade do serviço, “o conjunto de indicadores de qualidade de serviço (IQS) em vigor desde 2019, bem como os objetivos de desempenho que lhes estão associados, mantendo assim o nível de exigência face ao que tem existido para o atual prestador” do serviço universal.