Foguetão chinês deverá reentrar na atmosfera durante esta madrugada. Zona de impacto ainda não é certa

Previsões ainda têm uma incerteza de cerca de seis horas, o que não permite antecipar o local de impacto. Na Europa, Sul de Portugal, Espanha e Grécia não estão ainda excluídos

O sistema de vigilância europeu de objetos espaciais acaba de atualizar as projeções sobre a reentrada do núcleo do foguetão chinês Long March 5B na atmosfera terrestre.

À medida que se o objeto se aproxima da Terra, o intervalo das previsões vai diminuindo e agora é praticamente certo que aparelho chegue à Terra esta noite mas, nas previsões europeias, existe ainda uma janela de incerteza de cerca de seis horas.

O programa europeu Space Surveillance and Tracking (EU SST) aponta a reentrada para as 3h11 da madrugada deste domingo (hora portuguesa), com um uma janela de 190 minutos de incerteza, o que coloca a reentrada algures entre a meia-noite e as 6h da manhã. Com esta incerteza, que já chegou a ser superior a 24 horas, continua a não ser possível prever o local de queda de destroços que resistam à entrada, mas já começam a ser excluídos alguns pontos. A hipótese da reentrada poder acontecer sobre o Sul da Europa mantém-se, sendo que o sul de Portugal, Espanha e Grécia estão na faixa ainda ampla onde poderão cair destroços.

Recorde-se que o foguetão que colocou em órbita o primeiro módulo de uma futura agência espacial chinesa não iniciou um processo controlado de retirada de órbita e fará aquilo que é designado como uma reentrada não controlada, em que não foi planeado o local em que poderão cair eventuais destroços que resistam à entrada na atmosfera.

Como o i noticiou esta semana, a Agência Espacial Europeia, que a par de outras organizações internacionais está a monitorizar o evento, não tem detalhes exactos sobre o design do foguetão, um novo modelo que a China estreeou no ano passado e que na altura também fez uma reentrada não controlada na atmosfera. Na altura, alguns destroços foram encontrados na Costa do Marfim e o impacto não causou vítimas.

Ao i, a ESA indicou que não está em contacto com o operador do aparelho. Na informação que tem sido veiculada à imprensa, a agência sublinha que, sem mais detalhes públicos, não é possível prever qual a dimensão dos destroços que podem sobreviver às temperaturas elevadas da reentrada na atmosfera, a que normalmente não resistem objetos pequenos. O núcleo do foguetão terá 17 a 22 toneladas e um comprimento de 30 metros, sendo o objeto mais pesado a reentrar na atmosfera de forma descontrolada desde os anos 90.  

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