Primeiro-ministro confrontado com Odemira e ataque de Galamba à RTP

Primeiro-ministro regressa hoje ao Parlamento. CDS insiste na demissão de João Galamba.

António Costa regressa esta quarta-feira à tarde ao Parlamento para o debate sobre política geral e deverá ser confrontado com o caso de Odemira e a polémica com João Galamba.

O primeiro-ministro deverá responder às críticas que tem sido feitas ao ministro Eduardo Cabrita pela forma como geriu a situação dos imigrantes em Odemira. CDS, Iniciativa Liberal e Chega pediram a demissão do ministro da Administração Interna. Rui Rio, sem pedir diretamente o afastamento, garantiu que se fosse primeiro-ministro Eduardo Cabrita “não tinha condições para estar no Governo”, porque tem tido um desempenho “muito fraco”.

O ataque feito pelo secretário de Estado da Energia ao programa Sexta às Nove é outro dos casos que poderão ser abordados neste debate.

António Costa já foi desafiado pelo CDS a comentar o assunto, mas, até agora, só o ministro do Ambiente disse que o governante utilizou “linguagem desajustada” quando chamou “estrume” a um programa da RTP. O ministro garantiu, porém, que o assunto está encerrado e elogiou o “excelente trabalho” do seu secretário de Estado.

Galamba “está escondido” O CDS insistiu esta terça-feira na ideia de que João Galamba não tem condições para continuar no Governo. “Já devia ter colocado o lugar à disposição, já se devia ter demitido, e se não o fizesse devia ter sido o primeiro-ministro a vir a público pedir desculpas por este ato do seu membro do Governo e demiti-lo, à semelhança daquilo que fez com João Soares em 2016, em que chegou inclusivamente a dizer que os membros do Governo até à mesa do café não se podiam esquecer dessa qualidade”, disse o presidente do CDS.

Francisco Rodrigues dos Santos desafiou o secretário de Estado a sair “de onde está escondido, atrás do teclado, e explicar porque é que tem tanto ódio ao jornalismo”.

O eurodeputado social-democrata Paulo Rangel também defendeu que João Galamba devia sair do Governo. “Em qualquer país do mundo livre, um comportamento deste tipo só tem uma saída digna: a demissão voluntária do autor”, escreveu, num artigo no Público. Rangel considera que “esta atitude corresponde a um padrão de ‘assédio à democracia’ que, cada vez mais aberta e descaradamente, pauta a atuação do executivo”. O debate terá duas rondas de perguntas ao primeiro-ministro, num total de três horas, e será aberto pelo PCP, seguindo-se o PSD, Bloco de Esquerda, CDS, PAN, PEV, Chega e Iniciativa Liberal.