CGD. Lucros deslizam 6% para 81 milhões no primeiro trimestre

Banco liderado por Paulo Macedo contava com 5705 milhões de euros em moratórias no fim de abril. A maioria termina em 30 de setembro.

CGD. Lucros deslizam 6% para 81 milhões no primeiro trimestre

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) registou lucros de 81 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano. Trata-se de uma queda de 6% face aos 86,2 milhões de euros registados em igual período do ano passado. De acordo com a instituição financeira,  foram reforçadas as imparidades de crédito em 59,6 milhões de euros “em antecipação dos efeitos da crise pandémica”.

De acordo com o presidente executivo do banco público, Paulo Macedo, os resultados mostram a “realização com sucesso” do plano estratégico 2017-2020 (acordado entre o Estado português e a Comissão Europeia”), afirmando que nos últimos quatro anos a CGD recuperou todos os prejuízos históricos registados em 2016 (1859 milhões de euros), uma vez que, “foram anulados pelos resultados positivos gerados desde então”, além de que melhorou os indicadores de solvabilidade, eficiência, qualidade dos ativos, entre outros.

A margem financeira desceu 11,5% para 233 milhões de euros devido aos níveis de taxa de juro e aos spreads que estão a ter influência no setor bancário.

Já os resultados de serviços e comissões subiram 2,2% para 125 milhões de euros. José de Brito acredita que estas receitas poderão subir mais face à  recuperação da economia após o confinamento.

Moratórias

A CGD tinha 5705 milhões de euros em créditos com moratórias no final de abril, abaixo do valor de janeiro. Do valor de créditos com moratórias (suspensão de pagamento de capital e/ou juros), que corresponde a 13% da carteira de crédito total, 2391 milhões de euros são referentes a crédito a particulares e 3314 milhões de euros a crédito a empresas.

O total de crédito em moratórias em abril (5705 milhões de euros) representava menos 4,8% do que montante de crédito em moratórias em final de janeiro (5992 milhões de euros).

Já face a setembro do ano passado, quando foi atingido o pico de crédito em moratórias (6906 milhões de euros), a redução é de 17,4%.

De acordo com a instituição financeira liderada por Paulo Macedo, a maioria das moratórias termina em 30 de setembro, sendo nessa altura avaliado o impacto do fim das moratórias sobre a qualidade da carteira de crédito.

Quanto às linhas de crédito covid – destinada a financiamento a empresas afetadas pela crise pandémica – no final de abril a CGD tinha 1917 milhões de euros emprestados, mais 51% do que em janeiro. Deste total, 1278 milhões de euros são créditos com garantia de estado, referindo a CGD que, ao abrigo da lei, “concedeu a extensão do período de carência a 4336 operações com garantias públicas, no valor total de 484 milhões de euros”.

Empréstimo a ser ultimado

Em relação ao financiamento bancário ao Fundo de Resolução para capitalização do Novo Banco, Paulo Macedo esclareceu que “está a ser ultimado”. 

Recorde-se que o sindicato bancário composto por sete bancos deverá disponibilizar 475 milhões de euros ao Fundo de Resolução, dos quais cerca de 430 milhões de euros serão usados já para capitalizar o Novo Banco. 
Feitas as contas, os bancos que terão maior fatia do empréstimo serão CGD e BCP, tendo os restantes uma participação menor.

É de referir que, já no ano passado foi negociado um empréstimo dos bancos ao Fundo de Resolução (também para capitalizar o Novo Banco) mas acabou por não avançar.