REN sobe lucros para 4,5 milhões no primeiro trimestre

O resultado líquido beneficiou do aumento dos resultados financeiros de 2,9 milhões de euros e de uma CESE (Contribuição Extraordinária sobre o Setor Energético) mais reduzida, com impacto positivo de 1,1 milhões de euros, explicou a empresa liderada por Rodrigo Costa. 

A REN – Redes Energéticas Nacionais registou um resultado líquido de 4,5 milhões de euros no primeiro trimestre de 2021, um aumento de 0,2 milhões em comparação com o período homólogo. "Para este resultado líquido contribuiu a melhoria dos resultados financeiros de 2,9 milhões e tem em consideração o reconhecimento integral da CESE de 2021 no montante de 27,1 milhões. A dívida líquida teve uma evolução favorável, com uma redução de 7,4% para 2.548 milhões", revelou em comunicado.

O EBITDA atingiu os 114,4 milhões, uma diminuição de 3,8% face ao mesmo período de 2020. Um valor impactado pela menor remuneração do RAB (- 2,5 milhões) e uma menor contribuição do OPEX como resultado do aumento dos custos de manutenção em 1,4 milhões, em grande parte trabalhos de proteção contra fogos rurais e de reflorestação das faixas. 

O CAPEX aumentou 4,8 milhões para 31,8 milhões, enquanto as transferências para a Base de Ativos Regulada aumentaram 2,8 milhões para 7,7 milhões. No entanto, a empresa garante que "a pandemia continua a ter impacto na atividade da empresa, criando alguns atrasos nos projetos em desenvolvimento".

No início de abril, a REN realizou a sua primeira emissão de “Green Bonds”, num montante de 300 milhões, com maturidade de 8 anos, e uma procura cinco vezes superior à oferta. Em relação às energias renováveis, a REN assinou acordos bilaterais para a ligação à rede de 14 centrais solares que vão totalizar uma capacidade instalada solar de 3,5GW.

"A qualidade do serviço manteve-se no mesmo patamar muito elevado do primeiro trimestre de 2020, tanto para eletricidade como para Gás Natural, com 0,00 min de tempo de interrupção de eletricidade e taxa de disponibilidade combinada de gás natural em cerca de 100%".

Recordes no consumo, na produção de renováveis e na exportação de gás

O consumo total de eletricidade durante os primeiros três meses de 2021 apresentou uma ligeira redução em comparação com o mesmo período de 2020 (recuo de 0,5% ou 1,6% considerando a correção dos efeitos de temperatura e dias úteis). Ainda assim, registaram-se picos de consumo elevados, tendo o valor mensal de janeiro atingindo a ponta mais elevada de sempre, dada a vaga de frio verificada.

Relativamente ao gás natural, o consumo nacional diminuiu 2,4TWh (-14% face ao período homólogo), um valor consistente com a maior produção de eletricidade através de fontes renováveis, e consequente contração de 45% no segmento de produção de energia elétrica. No entanto, neste trimestre o Sistema Nacional atingiu um novo máximo mensal de exportação de gás natural, com 828 GWh, e também o maior valor diário de sempre com 47,7 GWh. Neste período, Portugal foi abastecido fundamentalmente a partir do Terminal de GNL de Sines.

No primeiro trimestre de 2021, a produção renovável abasteceu 78,7% do consumo de energia elétrica (aproximadamente +10 pp que no 1T20), chegando a atingir o valor de 88% durante o mês de fevereiro (incluindo saldo exportador). Esta última percentagem renovável representa o valor mais elevado desde abril de 1979. A fotovoltaica, embora sem ter ainda uma quota muito significativa, continua a crescer atingindo, no dia 21 de março, a maior ponta de sempre com 750MW.