Cadáveres nas margens do Ganges preocupam autoridades

Governo indiano acredita que casos de covid-19 estão a estabilizar, mas os óbitos continuam a assombrar o país.

Cadáveres nas margens do Ganges preocupam autoridades

A situação da pandemia provocada pela covid-19 na Índia continua a preocupar depois de, entre sábado e domingo, este país ter registado 4.077 novas mortes e 311.170 infeções.

Apesar do número de casos ativos estar a diminuir e as autoridades de saúde estarem confiantes de que as novas infeções e fatalidades irão estabilizar brevemente, o elevado número de mortes está a gerar problemas, nomeadamente o despejo de cadáveres no rio Ganges, atirados para as águas e enterrados nas suas margens.

 “A administração tem informações de que os corpos daqueles que sucumbiram à covid-19 ou a qualquer outra doença estão a ser atirados ao rio em vez de serem descartados de acordo com os rituais adequados”, disse um porta-voz estatal, Manoj Kumar Singh, à Reuters.

Na passada sexta-feira, as chuvas expuseram os tecidos que cobriam corpos enterrados em covas superficiais de areia na margem do rio, em Prayagraj, no estado de Uttar Pradesh.

 As autoridades acreditam que os cadáveres estão a ser deitados ao rio Ganges por receios de contágio da doença e devido a tradições religiosas.

Outro fator que pode estar na origem deste hábito é o aumento dos preços das cremações, que levou o governo de Uttar Pradesh a anunciar um subsídio para as famílias mais pobres de cinco mil rúpias (cerca de 55 euros) destinado à cremação dos corpos dos seus familiares.

 

Maior programa de vacinação do mundo

De forma a tentar controlar a destruição provocada pela pandemia e o colapso do sistema de saúde, o governo indiano está a tentar por em prática o maior programa de vacinação contra a covid-19. O objetivo é vacinar nos próximos três meses a maior parte dos 30 milhões de habitantes de Nova Deli.

No entanto, este plano está a enfrentar sérios obstáculos. Apesar de ser um dos maiores produtores de vacinas do mundo, o governo exportou uma parte considerável do seu stock, o que gerou inúmeras críticas à administração do primeiro-ministro Narendra Modi.

Desde o início da pandemia o país já registou 270.284 mortes e mais de 25 milhões de casos.

A Índia é o segundo país do mundo que registou mais infeções, apenas atrás dos Estados Unidos