BCP. Lucro sobe 63,8% para 57,8 milhões no 1.º trimestre

Banco tinha 8018 milhões de euros em créditos com moratórias no final de março, menos 7,6% do que no final de 2020.

O BCP aumentou os lucros para 57,8 milhões de euros no primeiro trimestre do ano. Trata-se de acréscimo de mais de 60%, apesar de ter constituído 112,8 milhões de euros em provisões para fazer face a riscos legais relacionados com os créditos em francos suíços, na Polónia.

Esta “evolução favorável ficou a dever-se ao bom desempenho apresentado pela atividade em Portugal, pese embora o mesmo tenha sido atenuado pelo menor contributo da atividade internacional, nomeadamente da subsidiária polaca, fortemente condicionada pelo reforço da provisão extraordinária constituída para fazer face ao risco legal associado aos créditos hipotecários concedidos em moeda estrangeira, que ascendeu a 112,8 milhões de euros nos primeiros três meses de 2021 (12,7 milhões de euros no mesmo período de 2020)”, revela a instituição financeira.

Ainda assim, as imparidades e provisões totalizaram 242,8 milhões de euros nos primeiros três meses do ano. Feitas as contas, a margem financeira cifrou-se em 376 milhões de euros, que compara com 385,5 milhões de euros contabilizados no mesmo período do ano anterior. “Esta evolução incorpora duas dinâmicas distintas, caracterizadas, por um lado, pelo bom desempenho da atividade em Portugal e, por outro, pela redução verificada na atividade internacional”, explica o BCP no comunicado.

Já as comissões líquidas ascenderam a 177,9 milhões de euros no primeiro trimestre de 2021, situando-se 1% abaixo dos 179,8 milhões de euros alcançados no trimestre homólogo do ano anterior, enquanto os custos operacionais totalizaram os 258,6 milhões de euros, uma descida de 6,4% face aos primeiros três meses de 2020, “beneficiando da evolução favorável registada quer na atividade em Portugal, quer na atividade internacional”. Os custos com o pessoal registaram uma quebra de 6,7%.

Quanto à qualidade dos ativos, o BCP registou uma redução dos NPE (non-performing exposure, onde se inclui o crédito malparado) na ordem dos 827 milhões desde março de 2020, dos quais 725 milhões em Portugal. Já desde o início do ano, esta descida é de 195 milhões (dos quais 170 milhões em Portugal). 

Já sobre os rácios de capital, a instituição financeira indica que o rácio CET1 se situou nos 12,2%. 

A carteira de crédito (bruto) consolidada do BCP registou um crescimento de 3% em relação aos 54.685 milhões de euros alcançados em 31 de março de 2020, atingindo 56.351 milhões de euros no final do primeiro trimestre deste ano. Houve ainda um crescimento de 7,1 mil milhões de euros nos recursos totais de clientes.

Moratórias

O BCP tinha 8018 milhões de euros em créditos com moratórias no final de março, menos 7,6% do que no final de 2020. Feitas as contas, o crédito a famílias com moratórias é maioritariamente (96%) crédito hipotecário (sobretudo crédito à habitação). No entanto, no primeiro trimestre, a instituição financeira garante que se “verificou uma redução significativa das moratórias, em particular da moratória privada”, o que levou a “uma diminuição do valor das exposições sujeitas a moratória no segmento de particulares”.

Feitas as contas, no final de março, 91% do crédito com moratórias era crédito regularizado, sendo o restante crédito em que os clientes têm tido problemas em pagar a dívida. No entanto, garante que as moratórias que terminaram em março não tiveram impacto significativo no crédito em incumprimento.

Quanto às linhas de crédito covid-19 (em que grande parte beneficia de garantia de Estado), o BCP tinha no fim de março 2498 milhões de euros em financiamento.