Redes sociais, para que vos queremos?

Catarina, Constança, Nádia e Suborna tratam o mundo virtual por ‘tu’ e navegam no mesmo com facilidade. Quase 70 anos depois do conceito de redes sociais ter sido criado, a modelo plus size, a sobrevivente de fibrose quística, a médica e instagrammer e a estudante universitária narram os benefícios e os malefícios das mesmas.

Há quem não viva sem elas. Alguns, desprezam-nas. Outros, encaram-nas como ferramentas de trabalho, lazer e/ou socialização que devem ser utilizadas moderadamente. Independentemente daquilo que sintamos, as redes sociais assumem uma presença forte e inegável no nosso quotidiano. 

O conceito surgiu, pela primeira vez, em 1954. No artigo científico Class and Committees in a Norwegian Island Parish, John Arundel Barnes, antropólogo inglês e australiano, recorreu a estas duas palavras para relatar o trabalho de campo, de dois anos, que realizou em Bremnes, na Noruega. No texto, o investigador explicou que as relações sociais, naquele local, podiam ser designadas de «organizações formais relativamente estáveis que servem muitos propósitos diferentes, associações instáveis envolvidas na pesca e ligações interpessoais que correspondem à formação de uma rede e em que as perceções de classe se baseiam».

Volvidos quase 70 anos, «são vistas como estruturas de laços específicos entre atores sociais, redes de comunicação que envolvem a linguagem simbólica, limites culturais e relações de poder», como esclarecem os sociólogos Carlos Alberto da Silva, Joaquim Fialho e José Saragoça, da Universidade de Évora, em Análise de redes sociais e Sociologia da acção. Pressupostos teórico-metodológicos, de 2013.

Os docentes explicam mesmo que as redes sociais afiguram-se «como um padrão organizacional capaz de expressar, através da sua arquitetura de relações, ideias políticas e económicas de caráter inovador, com a missão de ajudar a resolver alguns problemas atuais».

Foi exatamente por reconhecer este potencial das redes sociais que, no passado dia 5 de março, Constança Braddell, de 24 anos, fez um apelo no Instagram, na sua conta oficial @cbraddell. «Não quero morrer, quero viver! Nunca pensei chegar ao ponto de ter de escrever sobre a iminência da minha morte. Sobre esta doença que me assombra há 24 anos: fibrose quística», escreveu, à época numa publicação que contabilizava, à data de fecho desta edição, quase 225 mil gostos.

«Esta doença, cujo nome deriva do aspeto quístico e fibroso do pâncreas, é crónica, hereditária e causada por alterações num determinado gene (o gene CFTR) que se transmite de pais para filhos», explica com a sabedoria de quem trava uma luta constante, esclarecendo que a patologia surge por mau funcionamento das glândulas exócrinas do organismo – as de secreção externa, sendo que é a nível dos pulmões e do pâncreas que se manifesta com mais frequência, «interferindo com a respiração e a digestão dos alimentos». 

«Acho que fui crescendo e percebendo que tinha de ter uma rotina de terapias, de consultas no hospital. Não consigo precisar quando é que foi, acabou por ser gradual», diz a rapariga cuja patologia foi diagnosticada aos apenas três meses de idade. «Sabia que tinha de controlar os sintomas, fazer um check-up, ver como é que tudo estava» e, aos oito anos, foi internada pela primeira vez, durante duas semanas, devido a uma infeção respiratória.  

Tentando levar uma vida o mais parecida com a dos restantes jovens, nunca revelou aos amigos que sofria de fibrose quística. «Não contava porque não queria que me olhassem de forma diferente, tivessem pena ou me colocassem um rótulo. Sempre escondi e quando perguntavam algo, dizia que tinha asma porque tenho tosse crónica», confessa.

No entanto, depois de uma viagem ao Brasil, no ano passado, «coincidentemente» o estado de saúde da licenciada em Marketing e Publicidade agravou-se.  «Foram, sem dúvida, os piores meses da minha vida», admite, referindo-se aos meses compreendidos entre o início do ano passado e o presente, até porque, em março, surgiu a covid-19, que descreve como «bomba-relógio», na medida em que teve «muito medo» de ficar infetada.

«Tive de estar confinada sem poder ver os meus amigos, tinha repetidas infeções respiratórias que me levaram a perder a capacidade pulmonar e, consequentemente, a precisar de um transplante pulmonar», recorda Constança, que não conseguia dormir uma única noite sem acordar três ou quatro vezes «com ataques de tosse, dores no peito e, muitas vezes, febre», tendo sido internada em janeiro. «Foi a partir daí que necessitei de oxigénio 24 horas por dia e de um ventilador para dormir».

Contudo, a esperança não esmorecia devido a uma descoberta feita há um ano: o Kaftrio. «Fui pesquisar imenso sobre o medicamento. Ainda nem sequer estava aprovado pela Agência Europeia do Medicamento, só foi em agosto. Como percebi que não estaria tão cedo cá, não fiquei a pensar tanto nele. Foi mais quando percebi que tinha sido aprovado na Europa», declara. 

No mesmo dia em que o apelo foi feito, o Infarmed veiculou que existia a possibilidade de acesso ao medicamento, da iniciativa do hospital, através de Autorização de Utilização Especial (AUE), ao abrigo de um Programa de Acesso Precoce (PAP). «Descobri que havia estes programas, mas para muito poucos doentes. Tentei contactar o Infarmed para que fosse mais abrangente, mas ignoraram. Disse-lhes que estava a morrer e, ainda assim, escolheram não fazer nada», sublinha a sobrevivente.  

«Foi apenas depois do meu apelo tornar-se viral que decidiram agir. Acho lamentável. Uma pessoa não deve ter de suplicar pela vida para ter acesso a algo que é do seu direito», condena Constança. No dia seguinte, «completamente abananada no hospital», não soube que os amigos e familiares haviam criado uma angariação de fundos no GoFundMe, conseguindo mais de 33 mil euros em poucas horas. 

«Quando fiz o meu apelo, não estava a pedir nada, mas sim a expor a minha situação. Pensei que, se tudo aquilo que eu tentava não resultava, teria de tomar outra posição», elucida. «Enviei emails ao Infarmed, ao Ministério da Saúde, etc. Diziam que tinha de fazer ‘um simples pedido’, com zero empatia», sendo que, na ótica da jovem, «passavam a bola para o outro lado», isto é, a culpa era atribuída ao hospital pelo Infarmed e vice-versa.

O medicamento foi aprovado a 9 de março. «Fiquei bastante comovida com a onda de solidariedade que surgiu. Não esperava que chegasse a tanta gente. Lembro-me de uma das minhas melhores amigas dizer-me que tinha ouvido falar de mim, na rádio, a caminho da faculdade e eu perguntava se isto estava a acontecer ou estava a sonhar. Não acompanhei nada, parecia surreal», desabafa, narrando que, para sua surpresa, teve acesso ao medicamento em menos de uma semana. «Não esperava que fosse tão rápido. Estava aos pulos na primeira toma», garante, sendo que, algumas horas depois, sentiu «mais energia, mais fome, parecia que o medicamento fazia efeito até ao nível dos pulmões». 
Volvidos dois meses, Constança lembra que lia as mensagens e os comentários que recebia, todavia, agora tem mais saúde e tempo para interagir com os seguidores. «Dizem que os inspiro ou ajudo de algum modo a ver a vida de outra forma. É gratificante saber que também ajudei os outros», ressalva, não deixando de referir que recebeu, também, mensagens maldosas.   

«Perguntavam aquilo que fiz ao dinheiro, se tinha ido comprar joias. Felizmente, há poucas pessoas assim e, por isso, nem me dou ao trabalho de responder», assume, adiantando que «há uns dias, uma pessoa disse que estava seminua no Instagram e que não tinha fibrose quística». 

Neste momento, o dinheiro angariado «está guardado para o caso de ser preciso comprar o medicamento» mas, se tiver a garantia de que o mesmo lhe será assegurado até ao fim da vida, apostará na investigação científica. «Acho que é aquilo que faz mais sentido, explorar a fibrose quística», explicita a jovem cujo maior sonho, a longo prazo, é deixar de necessitar de oxigénio. 

Ainda assim, ambiciona dedicar-se ao Instagram «para ajudar e inspirar pessoas que possam estar a passar por situações difíceis ou semelhantes» e ambiciona ir à África do Sul. «Aprendi a dar valor à vida, não pelos melhores motivos, mas vejo-a de outra maneira», finaliza.

‘Sou grande e estou aqui para marcar a minha posição’
Nasceu em Aveiro e, aos 19 anos, ingressou em Direito na Universidade de Coimbra. «Foi aí que culminou o meu estado mais depressivo. A dificuldade de integração e o inesperado insucesso académico revelaram aquilo que hoje reconheço como distúrbio alimentar e psicológico», começa por partilhar Catarina Corujo, @catarinacorujo no Instagram, que, aos 33 anos, recorda as sensações de «inadequação, solidão e também uma série de comportamentos alimentares que tinha desenvolvido como escape e que fizeram escalar um comportamento autodestrutivo de compulsão, falta de ambição e pouca fé» em si mesma. 

«Sempre considerei que tudo o que vivia era fruto de traços de personalidade, defeitos que tinha de fazer o impossível para contornar – obviamente sem sucesso algum», afirma a modelo plus size que, agora, percebeu «a urgência de pedir auxílio psicológico», e tomou essa decisão, ainda que reconheça que o seu percurso de alcance de «amor próprio, autorresponsabilização e descoberta» se tenha dado «com muito estudo autónomo, leitura, senso crítico», assim como por meio de pessoas que «saíram e entraram» da sua vida e pelo «contacto com realidades similares e muita maturidade».

«Lembro-me da frustração constante de não ver nada de errado comigo e não conseguir entender porque as pessoas à minha volta insistiam para que eu fosse diferente», divulga a influencer que, no primeiro ano do percurso académico, em quatro meses, engordou 30 quilos. «O pensamento imediato era o de desespero, querer mudar, ser outro corpo», evoca, destacando que ainda vive com a compulsão alimentar por sempre ter tido uma «relação conturbada com a comida», como se o seu corpo «por ocupar espaço, não fosse merecedor de comer». 

Há três anos, ganhou o concurso Miss Plus Size da loja Maggnifica das Caldas das Rainhas. «Quando me inscrevi, era uma incógnita completa, mas sei que o fiz porque queria conhecer pessoas como eu, que tivessem enfrentado talvez os mesmos desafios», justifica Catarina que, então, não sabia desfilar e não queria criar a expectativa da vitória. Contudo, hoje, encara aquela fase de modo distinto, menos idílico.

«Fiquei muito feliz com o processo, pelas pessoas que conheci e por ter ganho mas sei que, com tudo aquilo que aprendi desde então, se fosse agora, não teria participado», admite, argumentando que já não se identifica com «a comparação entre mulheres» e pensa que «não é produtivo existir uma hierarquia de beleza quando a mesma é tão subjetiva».

Apaixonada pelo mundo da moda, pelas artes e expressividade através da roupa desde pequena, julgou que não faria parte do mesmo por ter crescido «na época das top models», mas, «felizmente, surgiu a oportunidade» quando encontrou um anúncio de recrutamento da Face Models, candidatou-se e foi aceite, para além da conquista do concurso anteriormente referido e de ser um dos rostos da marca Dama de Copas. 

«Penso que ainda estamos numa fase tão embrionária da quebra de limites na moda que o termo é quase reivindicativo: ‘Sou grande e estou aqui para marcar a minha posição!’», expõe quando questionada acerca da validade do conceito plus size, esperando que, futuramente, «possa ser considerada apenas uma modelo como todas as outras e o facto de ser ‘plus’ seja apenas uma característica tal como é ser-se loira, ruiva, caucasiana, negra, albina, etc».

«Nem pensar!», responde assertivamente quando o cenário hipotético de desistência do percurso enquanto modelo lhe é colocado, ainda que esteja ciente de que «existem muito poucos trabalhos ainda», porém, sente «que o futuro será inclusivo» e contribuirá para tal na medida em que almeja ser, «a cada dia que passa, melhor profissional».

Naquilo que diz respeito ao impacto que as redes sociais assumem na sua vida, especialmente, o Instagram, Catarina exprime que serão sempre um escape. «É lá que tenho a minha comunidade, as pessoas que me compreendem, evoluem comigo e gostam tanto de mim e dos temas que abordo», indica, elucidando que se trata de «uma conta extremamente segura para toda a gente que por lá passa e não existe tolerância para a intolerância e ódio».

Por receber muitas mensagens de cariz positivo, e ser grata aos seguidores por esse facto, não consegue determinar a melhor que já leu, mas identifica a publicação de um personal trainer como uma das piores situações que viveu online. «Usou a  minha imagem e incluiu em letras garrafais a ideia de que eu era uma representação da doença», considera, rematando que «é muito triste quando alguém decide fazer tal coisa baseando-se numa unilateralidade completamente desinformada», sem a conhecer ou conversar consigo.

Este acontecimento levou a que crescesse uma «onda enorme de apoio» de profissionais de saúde e do desporto. «A luta contra a obesidade não deve ser uma luta contra o obeso», pede, acrescentando que, à parte desse momento, talvez tenha recebido cerca de cinco mensagens de ódio nos últimos três anos.

«Normalmente, o ódio surge sempre nas páginas das entidades que lançam algum artigo sobre mim e aí é o salve-se quem puder», confidencia, avançando que leu comentários em que internautas redigiam que não se poderia queixar se fosse violada, que anda «à caça de atenção ou de favores», que tem uma família disfuncional e que «morreria em breve».

«O maior benefício passa pelo meu crescimento e amadurecimento como mulher cis», diz, aludindo ao termo cisgeneridade que define uma pessoa cujos anatomia, sexo e biologia estão alinhados com o género com o qual se identifica.

«Os meus desabafos, através da escrita criativa, fazem com que reflita imenso sobre mim, o meu passado e quem quero ser», acredita, orgulhando-se por estar, progressivamente, a ter contacto com mais marcas e a receber propostas pagas. «É muito recompensador. Significa que estou a fazer algo bem», constata.

‘O Instagram continua a ser rei’
«Tive uma infância feliz, com a sorte de crescer no campo, e sempre passei muito tempo ao ar livre. Quando chovia – o que é habitual em Braga – passava tardes a ver filmes da Disney, a ler, cantar e dançar…sempre fui uma criança ativa!», começa por deslindar Nádia Sepúlveda, de 31 anos, @_nadiasepulveda no Instagram, que, depois de desejar ser médica veterinária, virou-se para o sonho da Medicina aos 12 anos.  

«Senti que a vontade de ajudar outras pessoas vinha de dentro, que a ideia de contribuir para melhorar a vida e a saúde de outros me enchia de alegria. Desde então não me imaginei a ter outra profissão», expressa a médica de família na Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo que, há quase doze anos, criou o blogue My Fashion Insider, conjugando a Medicina e a moda pela primeira vez online e de forma oficial.

«Era uma forma de dar voz a uma paixão paralela e, simultaneamente, juntar a moda, a fotografia, a escrita e descobrir outras pessoas com interesses semelhantes», diz, em retrospetiva, a também criadora do podcast e canal do YouTube Momento Médico cujo mote é: «Por aqui vamos conversar sobre Saúde de uma forma prática, acessível e descontraída!» e, em primeira instância, no ano de 2019, nasceu como um prolongamento da atividade que Nádia levava a cabo no Instagram e conseguir que a «promoção e desmistificação de saúde» chegassem a outras plataformas. 

«O Instagram continua, no entanto, a ser rei. É nessa plataforma que tenho mais leitores/ouvintes/espectadores e o feedback, desde que criei o Momento Médico, tem sido óptimo», narra a profissional de saúde cujo percurso é acompanhado por muitos pacientes, inclusivamente, aqueles que se encontram na casa dos 70 anos. 

A 19 de novembro de 2020, partilhou a perda do primeiro filho. «É um momento muito pessoal, de muita dor, mas senti que, de alguma forma, o meu testemunho poderia confortar outros casais que tivessem passado por isso, estivessem a passar ou viessem a passar», explica a médica para quem «a partilha serviu para dar voz a um problema tão frequente e tantas vezes silenciado». 

No Dia da Mãe, anunciou a segunda gravidez e, até à data de fecho desta edição, alcançou mais de 1000 comentários nessa publicação. «Senti um grande carinho e muita energia positiva. Foi quase palpável. Continua a ser incrível que as pessoas possam transmitir tanto apoio através de um simples texto, que nutram estima por alguém que nunca conheceram», frisa.

«Foram surgindo algumas crises de identidade, de longe a longe, mas prossegui sempre porque esta realidade faz parte de mim», responde quando questionada acerca de uma eventual quebra da presença online, tendo em conta que a encara como uma «mistura entre um diário, um hobbie e um part-time». 

Embora, nos anos de 2013 e 2014, tenha lidado com um utilizador anónimo que comentava «de forma jocosa e odiosa durante meses a fio» o seu blogue e lembrar que o mesmo ameaçou agredi-la, pois conhecia o local onde trabalhava, valoriza mais as «mensagens amorosas» que lê. A nível pessoal, pensa que lhe falta crescer enquanto «mulher, mãe e chefe de família» e, a nível mais profissional, escrever um livro. 

‘Nunca perdi a esperança’
Levantava-se pelas 6h e preparava-se para assistir às aulas, que começavam pelas 8h. Demorava uma hora a chegar à escola e somente regressava a casa volvidas oito horas. Quando tinha dinheiro, recorria aos transportes públicos «que não são seguros», mas, habitualmente, fazia o trajeto a pé.

De volta ao lar, com «um corpo e uma mente exaustos», por nunca ter «boa comida, bons transportes ou atividades de lazer» que a mantivessem motivada, fazia os trabalhos de casa entre as 20h e as 22h. Isto quando não tinha «muitas tarefas domésticas» para completar, pois, nesse caso, teria de estudar até às 23h.

Era este o quotidiano de Suborna Mustofa, atualmente com 18 anos, que nunca fazia refeições intermédias porque a família – constituída pelos pais, três filhos e ela – tinha apenas capacidade financeira para lhe proporcionar as principais.
«Não havia nada de especial na minha vida, mas mantinha uma coisa em mente: tinha de ser diferente dos outros. Foquei-me nisso», começa por explicar, adiantando que, apesar de querer ter hobbies como a natação, o ciclismo, fazer piqueniques ou passear com a família e os amigos, no Bangladesh, tal não era possível. 

«Tentava manter-me forte para seguir em frente. Estava privada de tudo, mas nunca perdi a esperança ou deixei de sonhar», desabafa a rapariga que, desde 28 de fevereiro do ano passado, é estudante de Gestão de Negócios Internacionais, no Instituto Politécnico de Bragança graças ao apoio de Mário Marques, o primeiro dos seus cerca de 20 patronos.

«É claro que a minha vida teria sido muito miserável se o Mário e o resto das pessoas não me tivessem ajudado», reconhece. «Sem elas do meu lado, teria casado, tido filhos e trabalhado numa loja de roupa porque a minha família nunca poderia financiar a minha educação e a vida que tenho aqui».

«Todos os dias, estou a sonhar devido ao apoio extraordinário que recebo destas 20 pessoas. Elas fazem aquilo que os meus pais não podem. A cada segundo de vida que tenho, sinto-me, pois sei que, no meu país, existem pessoas como eu que não estão a ter oportunidades. Sou abençoada», finaliza a jovem.

«Estas pessoas são como anjos para mim», conclui a estudante cujos percurso, necessidades, despesas e conquistas são partilhados na página Suborna – Um projeto de educação, no Facebook, que conta com mais de 800 gostos.