UE exige cessar-fogo imediato entre Israel e Palestina. Hungria abstém-se

Foi adotado por 26 estados-membros “um texto que reflete o sentido geral da discussão” e cuja tomada de posição tem como primeiro objetivo “proteger os civis e garantir pleno acesso humanitário a Gaza”.

Todos os estados-membros da União Europeia (UE), à exceção da Hungria, que se absteve, exigiram, esta terça-feira, um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza, após a escalada de violência entre Israel e a Palestina.

“Tenho o prazer de anunciar que 26 dos 27 membros apoiaram este sentido geral da discussão […] e estou bastante satisfeito porque houve um apoio importante a um texto que reconhece como prioridade a cessação imediata de toda a violência e a implementação de um cessar-fogo, não só de o acordar, mas de o concretizar”, declarou Josep Borrell, Alto Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, em conferência de imprensa, depois de uma reunião, por videoconferência, com os ministros dos Negócios Estrangeiros da UE.

Segundo Joseph Borrell, o único país a abster-se de firmar esta tomada de posição foi a Hungria, não sendo “uma novidade” que o tenha feito.

O chefe da diplomacia da UE explicou que a reunião em causa foi convocada “porque a situação é realmente má [em Gaza] e os Estados-membros estavam a tomar posições”, sendo "necessário coordenar uma resposta da UE”.

Foi adotado pelos 26 estados-membros “um texto que reflete o sentido geral da discussão” e cuja tomada de posição tem como primeiro objetivo “proteger os civis e garantir pleno acesso humanitário a Gaza”, nomeadamente depois de a “escalada violência nos últimos dias ter levado a um elevado número de baixas civis, mortes e feridos, entre os quais um elevado número de crianças e de mulheres, o que é inaceitável”.

"Mais uma vez, condenamos os ataques do Hamas, um grupo terrorista, no território de Israel e apoiamos plenamente o direito de Israel à sua defesa, mas também o consideramos que isto tem de ser feito de forma proporcional e respeitando o direito humanitário internacional", defendeu, destacando que o mesmo “se aplica aos palestinianos”, que “têm direito a defender-se”.

“Consideramos que a segurança para Israel e a Palestina requer uma verdadeira solução política porque só uma verdadeira solução política sólida poderia trazer a paz”, disse Josep Borrell, sublinhando que é crucial que haja esforços para “explorar um novo compromisso […] abrindo o caminho para o potencial lançamento do processo de paz, que se encontra num impasse há demasiado tempo”.

"A realização de eleições palestinianas deve ser considerada uma prioridade", defendeu.

Nos últimos dias, a escalada de violência entre Israel e a Palestina já fez mais de 200 mortos.