Parabéns, Sporting!

Como se tem visto nestas últimas jornadas, a equipa de futebol sentiu um carinho ansioso, numa união entre os Sócios e a equipa que constituiu o alicerce das vitórias.

1.O Sporting é campeão ao fim de 19 anos! Com justiça, com competência, sobretudo com muito trabalho e muito mérito!

Um presidente (Varandas) que soube reconstruir o Clube/SAD e unir os Sócios, demasiado tempo desavindos por herança de uma presidência polémica. Um treinador (Rúben Amorim) que no Braga tinha demonstrado em escassos meses a sua competência e que no Sporting soube construir uma equipa, da mesma forma que as abelhas tecem favos de mel, com paciência e muito labor, um saber alicerçado em férrea liderança. Jogadores que tudo deram, numa crença enorme na estrutura e com um líder (Coates) que fica na história do Sporting.

Como se tem visto nestas últimas jornadas, a equipa de futebol sentiu um carinho ansioso, numa união entre os Sócios e a equipa que constituiu o alicerce das vitórias. Aqui se demonstra que a união faz a força e os Sócios do Sporting, desavindos há escassos meses, quando sentiram que esta equipa lhes poderia dar o que há tantos anos ambicionavam, esqueceram divergências e a festa foi tão bonita quanto justa.

Cresci na rivalidade Benfica/Sporting. Nas minhas turmas da escola primária e do Liceu, a maioria até era do Sporting, pelo que não surpreende que muitos dos meus amigos de vida – o João Jorge, o Luís, o João Paulo, o Joca, o Zé Tó, o Eduardo, o António, o Francisco C e outros mais recentes, o Paulo, o Zé Mário, o João C, o Jorge, o Duarte, o Óscar, o Ernesto, o Francisco, o João Luís, o Carlos, o Nuno, o João F, andem felizes da vida, orgulhosos do título tão merecidamente ganho. Mas a alegria do meu neto Francisco, sportinguista como o Pai e meu genro, foi para mim enorme felicidade!

Serei sempre um benfiquista empedernido, mas isso jamais me impedirá de reconhecer o mérito do triunfo dos meus adversários e rivais. Habituei-me a ver futebol com o meu Pai durante muitos anos, primeiro acompanhando a sua Académica em vários estádios nos arredores de Lisboa (com o Zé Maria Antunes, o Pica e outras figuras gradas de uma Coimbra estudantil) e depois no antigo Estádio da Luz. No final dos jogos, de regresso a casa, tantas vezes a pé ou de transportes públicos, o jogo era o mote da conversa e aprendi a ver que havia sempre 2 (duas) equipas em campo, a reconhecer méritos dos adversários. Lições que ficam…

Sobre o meu Benfica, haveria muito a dizer. Dinheiro não faltou, como se viu em investimentos de 100 milhões de euros. Mas o que sobrou em dinheiro faltou em planeamento estratégico e em visão, quiçá pelas eleições que ditaram prioridades avulsas em vez de estruturadas. Quando, com a melhor situação financeira entre os 3 (três) grandes, apenas conseguimos 1 (um) título nacional em 4 (quatro) anos, há apenas que reconhecer que ‘o Rei vai nu’!

2.A festa dos sportinguistas foi bonita, mas infelizmente manchada por excessos, sobretudo porque a pandemia está ainda longe de estar controlada. Pelas imagens da televisão, vimos de tudo um pouco: confrontos policiais, proximidades escusadas, ausência de máscaras em demasiadas pessoas e, infelizmente, tudo era previsível. Perante a total ausência de planeamento e coordenação entre as autoridades, verificamos com estupefação que os poderes políticos vêm no dia seguinte abrir inquéritos sobre o que seria mais que expectável. Pelo meio, uns ‘más-línguas’ dizem que houve receios de hostilizar o futebol. Assim ou assado, só temos de lamentar elegermos pessoas tão incompetentes.

P.S. 1 – Que bicho mordeu aos nossos governantes? Costa deu o mote ao apelidar Rio de «cata-vento sem pontos cardeais» e a partir daí foi em crescendo. Cabrita apelidou o CDS de ‘partido náufrago’ e Galamba qualificou um programa de TV de «estrume» entre outros impropérios lamentáveis. Terminou com Matos Fernandes quando, em vez de demitir Galamba, veio dizer que com a retirada do ‘post’ o assunto dos insultos proferidos ficava resolvido. Pergunto: quem é que neste Governo se dá ao respeito (para ser respeitado)?
 
P.S. 2 – Pela Resolução 37/2021 foi aprovada em abril a Estratégia Nacional Anticorrupção 2020/24. Entre várias medidas, é criado o ‘Mecanismo de Prevenção da Corrupção’, uma entidade independente, com poderes de fiscalização e sanção bem como o ‘Regime Geral de Prevenção da Corrupção (RGPC)’, caracterizado pela obrigatoriedade de adoção e implementação de programas de cumprimento normativo para as empresas públicas e privadas. Segundo se pode depreender (confirmado por notícia do Público), os gabinetes dos políticos e dos órgãos de soberania ficarão fora do regime geral de prevenção da corrupção. Os exemplos deveriam vir de cima e os portugueses mereceriam uma explicação sobre qual a razão desta omissão nada inocente.