António Ramalho. “Só a verdade pode evitar o proliferar dos equívocos”

O Novo Banco pode pedir injeção de 100 milhões se receber 430 milhões do Fundo de Resolução. 

O Novo Banco poderá vir a pedir uma injeção superior a 100 milhões de euros se o Fundo de Resolução (FdR) passar um cheque de 430 milhões este ano face às contas de 2020. As contas são do presidente do conselho de administração doa instituição financeira que está a ser ouvido esta quarta-feira, no Parlamento.

Recorde-se que o Governo, no Programa de Estabilidade 2021-2025 (PE/2021-25), prevê que o valor a injetar pelo FdR no Novo Banco seja de 430 milhões de euros este ano.

António Ramalho diz que a instituição bancária está disponível para esclarecer aquilo que ainda poderá parecer "opaco" e garantiu que "só a verdade pode evitar o proliferar dos equívocos e calar a sobranceria dos que sabem sem nunca terem feito". 

"Esperamos que tirem muitas dúvidas de um processo complexo, onde não podia haver soluções perfeitas", acrescentou.

A venda do Novo Banco aconteceu em 2017 à Lone Star, num processo que incluiu um Acordo de Capitalização Contingente (CCA), que permite ao Novo Banco recorrer ao Fundo de Resolução até 2026, num montante máximo de 3.980 milhões de euros.

Em 31 de março de 2017, numa comunicação ao país acerca da venda do Novo Banco à Lone Star, o primeiro-ministro António Costa disse que a venda do banco cumpria "as três condições colocadas pelo Governo" em janeiro daquele ano, sendo uma delas de que o processo não teria "impacto direto ou indireto nas contas públicas, nem novos encargos para os contribuintes".

Ao longo das audições, os deputados têm questionado os depoentes acerca do acordo, já que como o Fundo de Resolução não tem tido capacidade financeira para injetar os montantes pedidos no Novo Banco, tem recorrido a empréstimos do Tesouro.