Rui Jorge: “Injusto para a Espanha, mas justo para Portugal”

Selecionador da equipa sub-21 descreve a vitória nacional, conseguida com um autogolo do espanhol Jorge Cuenca, que apurou Portugal para mais um final do Euro.

A seleção portuguesa de futebol de sub-21 qualificou-se, esta quinta-feira, pela terceira vez, para a final do Europeu da categoria, vencendo Espanha por 1-0, na primeira meia-final da edição de 2021, que se realiza em Maribor, na Eslovénia.

O feito foi alcançado através de um autogolo do defesa-central Jorge Cuenca que, aos 80 minutos, levou Portugal à vitória. Assim, o país repetirá as presenças de 1994 (derrota por 1-0 face a Itália) e 2015 (derrota de 4-3 com a Suécia nos penáltis, após 0-0 nos 120 minutos).

 

As grandes apostas

O selecionador Rui Jorge investiu em duas alterações em relação ao onze inicial que havia apresentado nos quartos-de-final, quando jogou contra a recordista de troféus da prova, a Itália: Abdu Conté – de 23 anos, oriundo do Moreirense Futebol Clube – foi titular no lado esquerdo da defesa, em vez de Tomás Tavares – de 20 anos, joga pelo Sporting Clube Farense –, e Rafael Leão–- de 21 anos, que dá cartas no A.C. Milan – ocupou o lugar que segunda-feira fora de Gonçalo Ramos que, aos 19 anos, representa o Sport Lisboa e Benfica.

Do lado espanhol saíram Guillamón, Pedrosa, Beltrán e Nino para dar lugar a Óscar Gil, Cucurella, Villar e Puado. Assim, o onze de Espanha foi constituído por Fernández, Óscar Gil, Mingueza, Cuenca e Cucurella; Zubimendi, Villar e Manu García; Brahim Díaz, Puado e Bryan Gil.

À sua vez, o onze de Portugal contou com Diogo Costa, Dalot, Queirós, Leite e Conté; Daniel Bragança, Vitinha, Gedson, Fábio Vieira, Leão e Dany Mota.

No banco dos suplentes de Espanha estiveram Martínez, Iñaki Peña, Pedrosa, Fran Beltrán, Abel Ruiz, Miranda, Alejandro Francés, Blanco, Niño, Pino e Sancet. Já os nacionais foram Max, João Virgínia, Florentino, Tomás Tavares, Pedro Pereira, Djaló, Baró, Filipe Soares, Gonçalo Ramos, Tiago Tomás, Jota e Francisco Conceição.

 

“O orgulho é imenso”

“Hoje tivemos sorte no jogo. Espanha fez um jogo muito bom, como sempre. A sorte bafejou-nos. Estamos na final. Injusto para Espanha, justo para Portugal”, disse o antigo jogador do Futebol Clube do Porto (FCP), em declarações à RTP, após a vitória no Estádio Ljudski vrt.

“Sabemos que com Espanha acaba sempre por acontecer isso de saber sofrer. Tínhamos de nos aguentar no momento de maior pressão deles”, adiantou. “Alterámos para 4x3x3 e a partir daí as coisas serenaram um bocadinho. Criámos alguma situações em que podíamos ter definido melhor”, esclareceu o atleta que passou também pelo Rio Ave, Sporting Clube de Portugal e Belenenses.

“É evidente, é uma final”, respondeu assertivamente quando questionado acerca da satisfação que sentiu ao ver a equipa triunfar em solo esloveno sob arbitragem do sueco Gleen Nyberg. “Mesmo que tivéssemos caído, agora o orgulho é imenso. Só quem entra neste espaço sabe as dificuldades de jogar a este nível com estas equipas”, elucidou.

“Não sei se é meu ou se é autogolo. O que interessa é a vitória”, começou por dizer Fábio Vieira, jogador de 21 anos do FCP, e médio autor do cruzamento que resultou no golo de Portugal. “Somos uma equipa muito unida. Essa é uma das nossas maiores forças. Sabíamos que Espanha ia obrigar-nos muitas vezes a defender com um bloco mais baixo. Eles têm muita qualidade. Agora é desfrutar e estamos muito felizes por ir à final”, declarou à RTP.

No domingo, em Ljubljana, Portugal enfrentará a Alemanha ou a Holanda, que, à data de fecho desta edição, ainda não tinham disputado a outra meia-final na cidade húngara de Székesfehérvár. Para Rui Jorge, é “completamente indiferente”, contudo, evidenciou que “era mesmo bom para nós estarmos lá. Estamos e agora que venha adversário que conseguir lá estar”.