MotoGP. Miguel Oliveira, Rei da Catalunha

Miguel Oliveira (KTM) esmagou a concorrência na passagem por Barcelona, e obteve uma das melhores vitórias da sua carreira.   

O piloto português fez uma corrida sensacional. Com um andamento rápido e constante – o ritmo por volta mais parecia um relógio suíço – conseguiu a terceira vitória em MotoGP, e prepara-se para atacar o título mundial. O Falcão tem horizontes vastos.

Miguel Oliveira teve um fim de semana perfeito. Nos treinos cronometrados, confirmou as boas performances do renovado chassis da KTM “foi um dia positivo e consegui a melhor qualificação da época. Espero fazer uma boa partida e acabar o fim de semana em força”. Bem-dito, bem feito. Foi imperial nas curvas rápidas e eficaz nas chicanes, não cometeu um único erro e a moto esteve excelente. Adivinhava-se esta vitória!

Jack Miller (Ducati) fez um arranque canhão e colocou-se na frente de Miguel Oliveira (KTM). O piloto português andou o mais depressa que podia para não deixar Miller ir embora, e, passadas duas voltas, executou uma manobra de mestre para chegar ao primeiro lugar, nem a estonteante velocidade de ponta das Ducati – superior a 350 km/h – foi capaz de o deter. 

Depois de um domínio inicial, onde impôs um ritmo de corrida muito elevado, Miguel Oliveira travou luta intensa com Fabio Quartararo (Yamaha) e Johan Zarco (Ducati) na segunda fase da prova, mas a rapidez e maturidade valeram-lhe um triunfo inesquecível. “Fiz uma das melhores corridas da minha carreira. Não tenho palavras para agradecer à KTM por me ter colocado nas mãos uma máquina fantástica. Numa competição tão equilibrada com o MotoGP, os mais pequenos detalhes valem milésimos de segundo, e isso foi determinante para vencer”, reconheceu. 

A caminhada para o lugar mais alto do pódio teve riscos “a escolha do pneu dianteiro foi muito arriscada, nas últimas cinco voltas andei preso por um fio. Sabia que para lutar com os outros pilotos tinha que arriscar na escolha de pneus”, disse no final, com uma alegria imensa. A opção por pneus duros começou a ser trabalhada nos treinos livres, quando, para espanto de muitos, foi para a pista com um composto que mais ninguém estava a usar. Depois, viu-se o resultado…

Sobre a desenrolar da corrida, afirmou: “Foi muito duro em termos físicos e psicológicos, tinha que arriscar sem cometer erros. Tornou-se complicado gerir a temperatura dos pneus e ter a pressão do Fabio [Quartararo] durante tantas voltas. Depois de ele me ultrapassar mantive a concentração, pois sabia que forçando o andamento conseguia voltar ao primeiro lugar”, não é por acaso que lhe chamam o Einstein do MotoGP. Foi a primeira vez que festejou um triunfo com público nas bancadas “quero também agradecer aos fãs, havia várias bandeiras nacionais, isso foi fantástico” reconheceu Miguel Oliveira.

Antes de subir ao pódio para ouvir a Portuguesa, festejou à Cristiano Ronaldo com o bem conhecido gesto “Calma, eu estou aqui”. Um espetáculo com as cores nacionais.

Johann Zarco (Ducati) subiu ao segundo lugar com a penalização de Quartararo, e reconheceu a superioridade do vencedor “foi uma boa corrida. Tentei apanhar o Miguel, mas ele estava muito rápido e controlou bem a corrida”.
Classificação final: 1.º M. Oliveira (KTM), 40.21,749s; 2.º J. Zarco (Ducati), a 0,175s; 3.º J. Miller (Ducati), a 1,990s; 4.º F. Quartararo (Yamaha), a 4,815s; 5.º J. Mir (Suzuki), a 5,325s.

Motos elétricas em pista A eletricidade vai de vento em popa nos desportos motorizados. Em Barcelona, disputou-se mais uma corrida da Taça do Mundo de MotoE, competição com motos elétricas, onde participa o piloto português André Pires (Avintia Esponsorama Racing).

Esta taça é disputada por 12 equipas privadas, que correm com motos idênticas em sete provas. A Energica Ego Corsa, com 110 kW (147 cv), é a primeira moto desportiva cem por cento elétrica na história do motociclismo, e surpreende pelas performances: 270 km/h de velocidade máxima e 0 a 100 km/h em 3 s. A bateria tem 20 kWh de capacidade e uma autonomia para seis voltas. Trata-se de uma competição experimental com vista a um futuro campeonato do mundo.

André Pires pontuou nas três corridas já disputadas. No circuito de Montmélo, terminou na 13ª posição “foi um fim de semana difícil, não conhecia a pista e não tenho muita experiência com a moto. Estou a adaptar-me a uma competição exigente, onde há grande equilíbrio. A vitória do Miguel em MotoGP deu-me motivação para dar gás”, sublinhou o outro piloto português presente em Barcelona.