Infarmed regista quase 6.700 reações adversas às vacinas contra a covid-19

Segundo os dados do Infarmed, por cada 1.000 doses administradas foram reportadas 1,21 reações com a Pfizer (Comirnaty), 1,24 com a AstraZeneca (Vaxzevria), 0,74 com Moderna e 0,16 com Janssen.

Portugal registou quase 6.700 suspeitas de reações adversas às vacinas contra a covid-19 e houve 44 casos de morte comunicados em idosos com várias doenças, porém não está provada a elação causa-efeito, diz o Infarmed.

Segundo o último relatório, a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) recebeu 6.995 notificações de reações adversas até ao final de maio. Mais de metade (68,3%) é referente à vacina da Pfizer/BioNTech, com 4.782, seguindo-se a da AstraZeneca (Vaxzevria), com 1.509, a da Moderna, com 387, e a da Janssen, com 17 casos.

Porém, o Infarmed frisa que "a notificação no âmbito do Sistema Nacional de Farmacovigilância não pressupõe necessariamente a existência de uma relação causal com a vacina administrada" e que a vacinação contra a covid-19 "é a intervenção de saúde pública mais efetiva para reduzir o número de casos de doença grave e morte originados por esta pandemia".

Portanto, os dados do Infarmed significam que por cada 1.000 doses administradas foram reportadas 1,21 reações com a Pfizer (Comirnaty), 1,24 com a AstraZeneca (Vaxzevria), 0,74 com Moderna e 0,16 com Janssen.

Das 5.790.080 doses de vacina inoculadas, o Infarmed registou 44 notificações de casos de morte em idosos com outras comorbilidades, nas quais não foram comprovadas a relação causal com a vacina administrada.

"Os casos de morte ocorreram em pessoas com uma mediana de idades de 81 anos e não pressupõem necessariamente a existência de uma relação causal com a vacina administrada, uma vez que podem também decorrer dos padrões normais de morbilidade e mortalidade da população portuguesa", explica a Autoridade Nacional do Medicamento.

Já sobre as reações registadas, 3.957 referem-se a casos não graves (59,1%) e 2.738 a casos graves (40,9%), indica o Infarmed, ao assinalar a maior parte (90%) das reações gravosas a medicamentos se apontam a “casos de incapacidade, maioritariamente temporária”.

A maioria das reações recebidas pelo Infarmed foi reportada por mulheres (4,712) e, por faixas etárias, a que tem mais notificações é a dos 30 aos 49 anos.

De acordo com os dados do Infarmed, as 10 reações mais notificadas são: casos de reação no local de injeção (3.250), dores musculares ou nas articulações (3.007), dores de cabeça (1.964), febre (1.800), astenia, fraqueza ou fadiga (1.123), náuseas (773), tremores (687), alterações/aumento dos gânglios (569), eritema/eczema ou erupção (481) e parestesias (400), ou seja, sensação de formigueiro ou picadas.

No mesmo documento, o Infarmed recorda ainda que a maioria das reações adversas a medicamentos mais notificadas se delimitam "no perfil reatogénico comum de qualquer vacina".

A maior parte destas reações se resolve "em poucas horas ou dias, sem necessidade de intervenção médica, e não deixando sequelas".