Banca emprestou mais de 40 milhões por dia para a compra de casa em abril

Ao todo foram concedidos 1220 milhões,  uma redução face aos 1382 milhões registados em março.

Os bancos emprestaram 1220 milhões de euros para a compra de casa em abril, de acordo com os dados divulgados esta segunda-feira pelo Banco de Portugal (BdP). Feitas as contas dá uma média de mais de 40 milhões por dia. Ainda assim, representa uma queda face a março, altura, em que as instituições financeiras concederam 1382 milhões para o mesmo fim. 

“Nas novas operações de empréstimos a particulares para habitação, a taxa de juro média, em abril, reduziu dois pontos base, para 0,82%, retomando a tendência de descida verificada nos últimos meses”, refere o banco central.
Já em relação ao crédito ao consumo registou-se uma quebra de 390 para 387 milhões, enquanto nos outros fins baixou de 227 para 174 milhões. Neste caso, as taxas de juro médias foram de 6,51% (6,45% em março) e de 3,94% (2,99% em março), respetivamente.

Recorde-se que continuam em em vigor as recomendações do BdP que têm como objetivo limitar a concessão de crédito por parte das instituições financeiras de forma a que as famílias apenas gastem metade do seu rendimento com empréstimos bancários e também que os bancos não assumam riscos excessivos nos novos créditos, garantindo que os clientes tenham capacidade de pagar as dívidas. Estas limitações surgiram, numa altura, em que o Banco de Portugal admitiu que havia “alguns sinais” de sobrevalorização dos preços do imobiliário. 

O regulador também pôs um travão aos prazos que os clientes tinham para reembolsar os bancos pelos créditos à habitação porque, quanto maiores, mais risco associado há: “A manutenção da maturidade média das novas operações de crédito à habitação em níveis elevados implica um risco acrescido para as instituições por implicar que as exposições de crédito ficarão vulneráveis a flutuações do ciclo económico e financeiro durante um período mais longo”.

A explicação é simples: Portugal tem uma maturidade média das novas operações de crédito à habitação superior a 30 anos enquanto a generalidade dos países europeus tem uma maturidade média entre 20 e 25 anos.