TAP. Miguel Frasquilho sai mas despede-se com “dever cumprido”

O responsável na sua carta de despedida deixou ainda uma palavra aos contribuintes: “Com os seus recursos, numa altura particularmente difícil do país, viabilizaram a sobrevivência da TAP, permitindo trabalhar em prol de um futuro que, tenho toda a confiança nisso, tem todas as condições para ser risonho”.

“Sairei com a tranquilidade do dever cumprido, de ter sido sempre leal à TAP, ao Estado português, como seu acionista de referência, e a Portugal”. Foi desta forma que Miguel Frasquilho se despediu aos trabalhadores depois de abandonar as funções de chairman doa companhia aérea. A próxima Assembleia Geral da empresa está marcada para o próximo  dia 24 de junho, tendo já sido proposto Manuel Beja para o substituir. “Para poder continuar nas funções que tenho vindo a desempenhar, seria necessária, como sempre disse quando questionado sobre o tema, uma conjugação de vontades entre mim próprio e o acionista Estado. Essa conjugação de vontades não existiu”.

O responsável na sua carta de despedida deixou ainda uma palavra aos contribuintes: “Com os seus recursos, numa altura particularmente difícil do país, viabilizaram a sobrevivência da TAP, permitindo trabalhar em prol de um futuro que, tenho toda a confiança nisso, tem todas as condições para ser risonho”, mas lembrou que no último ano e meio, marcado pela pandemia, Frasquilho as “prioridades foram as de salvar a TAP, o maior número possível de postos de trabalho e, através do duríssimo, mas indispensável Plano de Reestruturação entregue em Bruxelas, procurar garantir o futuro, a sustentabilidade e a rentabilidade da TAP”.

Recorde-se que no início do ano, Miguel Frasquilho integrou a equipa da TAP e do Governo que negociou com os sindicatos e representantes dos trabalhadores acordos de empresa temporários até 2024, que considerou “pioneiros e permitem assegurar um clima de tranquilidade laboral”, para que a companhia aérea possa ser, nos próximos anos, “aquilo que sempre foi: um instrumento de política económica fundamental ao serviço de Portugal e dos portugueses”.

Outros nomes

A par de Manuel Beja, os outros nomes que irão à próxima AG são de Christine Ourmieres-Widener, Ramiro Sequeira, Alexandra Reis, João Gameiro, José Manuel Silva Rodrigues, Silvia Mosquera González, Patrício Ramos Castro, Ana Teresa Lehmann, Gonçalo Monteiro Pires e João Pedro da Conceição Duarte para o conselho de administração. 

Ainda esta terça-feira, o Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) acusou a TAP de não cumprir o acordo de emergência e ameaçou recorrer aos tribunais por desconhecer o fundamento de um possível despedimento coletivo, segundo uma carta enviada ao diretor de recursos humanos da transportadora, Pedro Ramos e ao presidente executivo, Ramiro Sequeira, o sindicato recordou que “a TAP iniciou a notificação dos trabalhadores que deixaram de estar em layoff e que podem vir a ser objeto de medidas unilaterais da TAP (leia-se despedimento coletivo)”.

De acordo com o SPAC, “este processo acontece depois de dois factos essenciais”: a “ausência de resposta às sucessivas interpelações para que seja prestada informação quantificada das necessidades de pilotos e dos custos previstos para 2021 com pilotos” e a “informação veiculada pelos recursos humanos de que a profissão de piloto teria 51 pilotos que iriam ser objeto de medidas unilaterais”.

A estrutura sindical recordou ainda uma “carta de 31 de maio de 2021, dos recursos humanos” onde se apela a que o sindicato “possa contribuir, nesta derradeira fase, para o esclarecimento dos trabalhadores abrangidos, num clima de paz e serenidade sociais”.