O primeiro-ministro, António Costa, afirmou, esta segunda-feira, que “ninguém vai pedir explicações” sobre a partilha de dados de pessoais de ativistas russos por parte da Câmara Municipal de Lisboa com Moscovo, na cimeira da NATO.
"Bom, ninguém me vai pedir seguramente explicações sobre processos administrativos, porque ninguém tem dúvidas sobre qual é o papel de Portugal relativamente à Rússia. Já ninguém teve dúvidas quando, durante o PREC [Processo Revolucionário em Curso], qual foi a posição que Portugal e a maioria dos portugueses tomaram, quando em plena 'guerra fria' estava em causa saber de que lado nos colocávamos. Essa é uma dúvida que felizmente não existe", respondeu António Costa.
De realçar que os chefes de Estado e de Governo NATO estão reunidos em Bruxelas para “reforçar o laço transatlântico”, abordar os desafios criados por China e Rússia, nomeadamente o “comportamento agressivo” de Moscovo, e projetar o futuro da Aliança num mundo de "competição global".
Portugal tem estado sob críticas depois de ter sido revelado que a autarquia de Lisboa transmitiu dados pessoais de três ativistas russos responsáveis por um protesto contra a prisão do opositor Alexei Navalny às autoridades russas.
Segundo o embaixador da Rússia em Portugal, os dados foram eliminados pela embaixada e nunca foram transmitidos a Moscovo.