Riqueza em Portugal cresceu 2% em 2020

Até 2025, prevê-se que progrida a uma taxa anual média próxima dos 3%, até aos 700 mil milhões de dólares (cerca de 578 mil milhões de euros).

O nível de riqueza em Portugal cresceu 2% em 2020 face a 2019, abaixo dos 5% da Europa Ocidental, e deverá progredir em média 3% ao ano até 2025, aquém dos 4% na região, aponta um estudo da BCG. De acordo com o relatório Global Wealth 2021: When Clients Take the Lead, divulgado pela Boston Consulting Group (BCG), a riqueza financeira (riqueza total, excluindo os ativos reais e as dívidas) em Portugal subiu 2,7% ao ano entre 2015 e 2020, contra 4% na Europa Ocidental, atingindo os 600 mil milhões de dólares (cerca de 495 mil milhões de euros).

Até 2025, prevê-se que progrida a uma taxa anual média próxima dos 3%, até aos 700 mil milhões de dólares (cerca de 578 mil milhões de euros).

A nível global, a riqueza atingiu um máximo histórico em 2020, contrariando as expectativas pouco otimistas do relatório de 2020 da BCG, divulgado após os primeiros impactos da pandemia na economia, e crescendo 8% face a 2019. Até 2025 deverá continuar a aumentar, em média, 5% ao ano.

De acordo com o relatório, em 2020 Portugal representou 1,1% da riqueza e 0,8% dos ativos tangíveis da Europa Ocidental. Apesar de em 2020 ter registado um crescimento da riqueza (2%) abaixo dos 5% verificados na Europa Ocidental, Portugal evidenciou melhores resultados em relação aos ativos tangíveis, com um aumento de 6% face aos 4% da região.

Até 2025, é expectável que Portugal cresça a uma taxa média anual de 4% neste indicador, acima dos 2% da Europa Ocidental. Segundo o estudo, “o aumento da poupança das famílias e a resiliência dos mercados à pandemia foram os principais contributos para que a riqueza global tenha atingido os 250 biliões de dólares (cerca de 206 biliões de euros).

À semelhança do ano anterior, no ano passado, em Portugal, a moeda e os depósitos foram a classe de ativos predominante, perfazendo 46% do total de riqueza, acima do verificado na Europa Ocidental (30%) e no mundo (28%). “Espera-se, contudo, que o investimento em ações e fundos de investimento, o segundo ativo na escala (30%), cresça mais rapidamente, a 3,2% ao ano, nos próximos cinco anos, e que os seguro de vida e pensões se mantenham a terceira maior classe de ativos no futuro”, aponta o relatório.

O trabalho demonstra ainda que a maioria da riqueza em Portugal continua a ser detida pelos que possuem menos de 250 mil euros (51%), tal como em 2019, segmento cujo peso se espera que caia dois pontos percentuais até 2025.

Os detentores de fortunas de mais de 100 milhões de euros representam 12% da riqueza, prevendo-se que este segmento cresça um ponto percentual até 2025. “O conservadorismo do investidor português tem-no protegido dos impactos das crises nos mercados financeiros.

Contudo, com o crescimento do segmento com fortunas acima dos 100 milhões de euros, é expectável que cresça também o apetite por outras classes de ativos de maior risco e, consequentemente, sejam possíveis maiores retornos”, afirma Pedro Pereira, sócio da BCG em Portugal. 

Já a nível global, no ano passado, verificou-se “uma maior procura por investimentos alternativos para obter maiores rendimentos, afastando os títulos de dívida de baixo rendimento”.