Festival de carne de cão volta a realizar-se na China apesar dos protestos e da pandemia

Festival dura dez dias.

Há muito que o festival de carne de cão em Yulin, na província de Guanxi, na China, gera críticas, incluindo dentro do próprio país. Ainda assim, pela segunda vez em plena pandemia, o evento anual, que dura dez dias, está a realizar-se.

Nos últimos dias, vários ativistas, organizações pelos direitos dos animais e médicos levantaram preocupações, nomeadamente sanitárias, e tentaram impedir a realização do festival, onde cerca de 5.000 animais serão abatidos. Mas não foi suficiente para impedir a realização do evento.

Contudo, ainda se vão destacando alguns atos de bravura que permitem salvar alguns dos animai, como aconteceu no início desta semana. Sessenta e oito cães foram resgatados por um grupo de ativistas chineses poucas horas antes de serem abatidos. O grupo conseguiu parar um camião que se deslocava para o festival e convenceram o motorista a entregar os animais, que se mostravam ofegantes, estavam amontoados em gaiolas enferrujadas, sem comida ou água.

Segundo a imprensa internacional, a maior parte dos animais pareciam roubados às suas famílias e durante a viagem, alguns deram à luz crias.

Note-se que o festival em questão foi criado em 2010 por comerciantes locais para impulsionar as vendas. Desde o início, vários ativistas têm lutado para acabar com o evento, bem como com as vendas de carne de cão e gato.  Em abril de 2020, as cidades de Shenzhen e Zhuhai, no sul da China, começaram a proibir a venda e o consumo de carne destes animais. Também o Ministério da Agricultura da China já veio dizer que os cães são animais de companhia.

A China tem algumas leis que podem ser utilizadas para impedir o comércio de carne de cão, contudo, na ausência de fiscalização por parte das autoridades, têm sido os ativistas a agir para salvar os animais.

De realçar também que em tempos de pandemia, além das aglomerações, há também indícios de que a exposição continuada a carne de cães não-vacinados aumenta a probabilidade de contrair raiva, além da falta de higiene no transporte e abate destes animais. A maior parte da indústria opera no mercado negro.