As birras do PR

Pelos vistos, o PR Marcelo Rebelo de Sousa trocou a sua lendária política de afectos e selfies por uma birra mediatizada com o governo, por causa da Covid 19 e do desconfinamento, não lhe ocorrendo que sem pessoas não há economia. Ele, que fizera tudo certo para ser eleito, numa altura em que já estava…

Pelos vistos, o PR Marcelo Rebelo de Sousa trocou a sua lendária política de afectos e selfies por uma birra mediatizada com o governo, por causa da Covid 19 e do desconfinamento, não lhe ocorrendo que sem pessoas não há economia. Ele, que fizera tudo certo para ser eleito, numa altura em que já estava num máximo de popularidade, deixando para trás os maus tempos da liderança do PSD, parece ter claudicado nisto – o que também não lhe interessará, porque não se pode candidatar a um terceiro mandato presidencial.

Claro que precisava de se distanciar do Executivo de Costa. Mas parece ter escolhido a pior forma. Não lhe terá ocorrido que nada temos a ver com a Espanha de Ayuso? E que o campeonato da IL e do C, na conquista de pequenos nichos para alargar um pouquinho os seus grupos parlamentares, é bem diferente de um Marcelo que anda pelas maiorias?

Ou será que tudo isso se tornou indiferente no 2º Mandato, e agora só quer mesmo reafirmar-se contra Costa? Ou será que a sua inteligência não era afinal tão grande como se dizia? Uma coisa é certa: Platão parecia ter razão quando declarava ‘só sei que nada sei’, como parecem tê-la os actuais filósofos que dizem ‘quanto mais sei, mais sei que nada sei’. Ou a frase que abre uma secção do Expresso-Revista, atribuída a um escritor brasileiro, segundo a qual ‘quem acha que sabe tudo é porque anda mal informado’.

E a verdade é que vamos tendo os hospitais cada vez mais cheios, sobretudo na zona de Lisboa, e os sanitários naturalmente descontentes. E já se viu       que este problema demora a ser tratado, não podendo sê-lo de um dia para o outro. Portanto, quanto mais tardam as atitudes, mais tempo vamos tendo casos de Covid e mortes (que nunca deveriam ser encaradas stalinjsticamente como estatística).

Começo a acreditar que o Estado de Emergência só foi decretado para embirrar também com o Governo.