Vacinação para maiores de 18 anos começa a 4 de julho

O objetivo de ter 70% da população adulta vacinada com pelo menos uma dose até 8 de agosto poderá sofrer um atraso de 15 dias devido aos “stocks muito limitados” de vacinas. 

O coordenador da task-force responsável pelo plano de vacinação contra a covid-19 em Portugal, o vice-almirante Henrique Gouveia e Melo, anunciou que a vacinação para maiores de 18 anos vai começar dentro de duas semanas.

“A nossa estimativa é começar a vacinar pessoas com 20 anos a 4 de julho. Quando digo 20 anos é dos 18 até aos 30 anos. Dentro de duas semanas vamos ter todas as faixas etárias em processo de vacinação”, disse o vice-almirante, esta quarta-feira, no Parlamento.

No entanto, o objetivo de ter 70% da população adulta vacinada com pelo menos uma dose até 8 de agosto poderá sofrer um atraso de 15 dias devido aos “stocks muito limitados” de vacinas. "Estou a fazer o que posso para otimizar o stock", afirmou o responsável, sublinhando os atrasos de duas farmacêuticas, sem especificar quais.

Gouveia e Melo revelou que Portugal tem capacidade de administrar 130 mil vacinas por dia, pelo que será possível chegar aos 70% vacinados durante as três primeiras semanas de agosto.

"Eu direi que será nas primeiras três semanas de agosto. Usaremos todos os stocks que temos para conseguir atingir essa meta até 8 de agosto, mas eventualmente poderá ser 15 ou dia 20 de agosto", explicou.

A task-force irá aumentar o número de doses administradas ao domingo – o único dia em que há “uma queda abrupta” – como forma de acelerar o processo de vacinação, revelou ainda Gouveia e Melo.

“Tenho ouvido que a solução é vacinar mais. Dá a sensação que nós, de alguma forma, não estamos a vacinar ao máximo. Queria deixar claro que nós estamos a vacinar ao máximo que podemos”, acrescentou.

Gouveia e Melo revelou ainda que a convocação para a toma da segunda dose da vacina da AstraZeneca será feita a nível local. O objetivo é “não criar um pesadelo logístico”.

"Para não criar um pesadelo logístico em termos da convocação das pessoas, estamos a fazer uma convocação local dessas pessoas para as segundas doses", afirmou.

A mudança surge na sequência da redução do intervalo entre toma das doses da vacina de 12 para oito semanas, para garantir uma “proteção mais rápida” face à transmissão de novas “variantes de preocupação”. 

"É isso que estamos a fazer a nível local, o agendamento do local e o chamamento do local, até porque são pessoas idosas que têm dificuldade em aceder a sistemas informáticos, apesar de os familiares poderem ajudar", sublinhou.