Portugal é o 1º país da UE na variante delta

Na UE, só Portugal, França e Polónia têm casos da “delta plus”.

A variante delta deverá representar mais de 90% dos casos de covid-19 na União Europeia até ao final de agosto. A previsão surge numa avaliação do Centro Europeu de Controlo de Doenças, que confirma que Portugal é o primeiro país onde nas amostras sequenciadas entre a última semana de maio e primeira de junho a delta ultrapassou 50% dos resultados. As recomendações aos países são acelerar a vacinação, reduzir o intervalo das vacinas o mais possível e manter medidas não farmacológicas, bem como reforçar a monitorização, com sequenciações de amostras semanais.

São dois mapas publicados neste relatório e se, no primeiro, Portugal é o primeiro país onde a variante se mostra dominante (>50%) no segundo fica patente que o país foi dos que sequenciou menos amostras neste período, menos de 60. Na segunda quinzena de maio não houve dados de sequenciação. O i questionou na semana passada o INSA sobre por que motivo tal aconteceu, não tendo tido resposta. Esta semana, João Paulo Gomes, responsável pelo estudo da diversidade genética do vírus, revelou que a sequenciação passou agora a ser “contínua” e remeteu novos resultados para o final desta semana.

Ontem a ministra da Saúde confirmou que, entre os casos da delta, foram confirmados a níve nacional 24 casos da variante agora designada de “delta plus” (a variante delta com uma mutação adicional que, na variante sul-africana, foi associada a maior infeciocidade e agora está ainda em estudo). Segundo o relatório do ECDC, há duas linhagens em estudo desta variante B.1.617.2+K417N, a AY.1 e AY.2. A primeira foi identificada na UE em França, na Polónia e em Portugal e a segunda apenas em Portugal. As bases internacionais de sequenciação genética, que o i consultou, mostram que no caso da AY.1 havia ontem 155 casos identificados em todo o mundo, 21 em Portugal. Da AY.2, há 87 casos, a maioria nos EUA e apenas um em Portugal, detetado já no início de maio.