Costa quer fazer “aquilo que ainda não foi feito”

Costa foi a Matosinhos expôr as prioridades do PRR para as empresas. Quer inovação.

Podia ser a canção de Pedro Abrunhosa – mas não é. “Fazer aquilo que ainda não foi feito” é, sim, o que o primeiro-ministro deseja que aconteça dentro das empresas beneficiárias dos fundos da UE.

Foi esta a principal mensagem a retirar daquela que foi a sua intervenção ontem no encontro “Programas PRR – Agendas Mobilizadoras para a Inovação Empresarial”, realizado em Matosinhos, onde Costa promoveu a abertura das candidaturas aos fundos vindouros do PRR.

O primeiro-ministro explicou que o programa “procura responder” às queixas que são “mais repetidas e tradicionais das empresas”: como a “redução dos custos de contexto”, a “capitalização” e a “formação de recursos humanos”. Mas não só. Segundo António Costa, o programa “responde também à necessidade que as empresas têm para se descarbonizarem e para aproveitarem todo o potencial de transição digital”. Conclui reforçando a importância da inovação: “não vale a pena chover no molhado. Só há mesmo que fazer aquilo que ainda não tem feito”.

Considerando que “temos estes recursos e que antes não tínhamos”, António Costa debruçou-se sobre o futuro e afirmou que devemos criar “a devida sementeira para podermos fazer mais e melhor com aquilo que hoje temos capacidade de fazer”.

Aludiu, também – alinhado com o discurso proferido pelo Presidente da República na terça-feira -, à importância do acontecimento: “Esta oportunidade não vai passar de novo à nossa porta, temos de a agarrar agora”. Relembrou a fugacidade, frisando que todos os acordos têm de estar assumidos até dezembro de 2023 e todo o dinheiro – “o último cêntimo” – deve ser gasto até ao final 2026: “não há mesmo tempo a perder, temos mesmo de fazer”.

Explicou ainda a importância de haver coordenação e uniões entre o sistema científico e tecnológico, de um lado, e as empresas que precisam de “encontrar o João Ratão” para se lançarem ao mercado, do outro. Quanto a estes, que constituem parceiros “naturais e indispensáveis” dos programas de desenvolvimento económico, Costa afirmou: “Aqui o que nós queremos mesmo é financiar a investigação que já está concluída, já está mesmo em fase de patente e o que precisa mesmo é de um parceiro para transformar em produto ou em serviço que esteja no mercado”.

Demonstrando ambição, declarou ainda que o objetivo é tornar as pequenas empresas em médias, as médias empresas em grandes, e as grandes empresas em globais.

O Programa de Recuperação e Resiliência tem como principal prioridade a inovação das empresas e atribuirá cerca de 4 mil e 500 milhões de euros a fundo perdido para esse efeito. As candidaturas para se ser beneficiário abrem na próxima semana e as primeiras almofadas económicas poderão ser entregues já no início de 2022. “É uma corrida contra o tempo”, disse António Costa.