“Sinto-me presa, intimidada, deixada de lado e sozinha”. O testemunho de Britney Spears contra a tutela do pai

Britney Spears tem 39 anos, quer casar e ter mais um filho, mas não pode porque o pai não deixa. “Tenho um DIU no corpo que não me deixa ter um bebé e os meus tutores legais não me deixam ir ao médico retirá-lo”, contou em tribunal.

“Sinto-me presa, intimidada, deixada de lado e sozinha”. O testemunho de Britney Spears contra a tutela do pai

Britney Spears testemunhou, esta quarta-feira, no Tribunal Superior do Condado de Los Angeles contra a tutela do pai, Jamie Spears. Há 13 anos que a ‘princesa do pop’ não tem controlo sobre as suas finanças ou sobre a sua vida.

“Estive em negação. Estive em choque. Estou traumatizada”, afirmou, na audiência virtual. “Não consigo dormir, estou deprimida, choro todos os dias”.

James ‘Jamie’ Spears foi nomeado tutor legal de Britney, em 2008, depois de a cantora ter sido hospitalizada para tratamento psiquiátrico após um esgotamento nervoso. No entanto, a tutela tornou-se “abusiva”.

“É desmoralizante tudo o que eu passei. Nunca disse isto abertamente, nunca pensei que alguém acreditasse em mim. Não estou a mentir. Só quero a minha vida de volta. Já se passaram 13 anos e isso já é o suficiente. Guardei isto para mim durante muito tempo, mas isto não é bom para o meu coração”, acrescentou.

Durante o testemunho, de cerca de 20 minutos, a cantora revelou que tem intenções de se casar e ter um filho com o personal trainer Sam Asghari, com quem tem uma relação há cerca de três anos, mas não pode porque o pai não deixa. A tutela obrigou-a a colocar um dispositivo intrauterino e agora não permite que a cantora marque uma consulta para o retirar.

“Tenho um DIU no corpo que não me deixa ter um bebé e os meus tutores legais não me deixam ir ao médico retirá-lo”, explicou. “Eles não querem que eu tenha mais filhos”, depois de Sean, de 15 anos, e Jayden, de 12.

Britney Spears comparou a sua situação a um caso de escravidão sexual por ser “obrigada a trabalhar” e a fazer uma digressão em 2018.

“Na Califórnia, a única coisa parecida com isto chama-se escravidão sexual. Fazer alguém trabalhar contra a sua vontade, retirar todos os seus bens, cartões de crédito, dinheiro, passaporte, telefone”, contou.

Naquela que foi a primeira vez que a cantora testemunhou em tribunal sobre o caso, Britney afirmou que “o pai e todos os envolvidos” na gestão da tutela “desempenharam um papel fundamental” no seu “castigo” e “deveriam estar pretos”.

Britney terminou a audiência com um apelo: “Mereço um intervalo de dois ou três anos. Sinto-me presa, intimidada, deixada de lado e sozinha. Estou cansada de me sentir sozinha. Mereço ter os mesmos direitos, ter um filho, ou qualquer uma dessas coisas”.

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