Gouveia e Melo rejeita estratégia de acelerar processo de vacinação nos concelhos mais afetados

Para o coordenador, essa não é uma “boa estratégia”. 

O coordenador da task-force de vacinação contra a covid-19 em Portugal rejeitou, esta quinta-feira, acelerar o processo de inoculação nos concelhos onde a incidência está mais elevada, defendendo que o objetivo “é ter toda a gente proporcionalmente vacinada”, sem que ninguém “corte a meta primeiro” e que ninguém “fique para trás”.

Em declarações aos jornalistas, na Madeira, onde se encontra para assinalar a inoculação 200 mil, o vice-almirante Henrique Gouveia e Melo considerou que essa “não é” uma boa estratégia.

“Se nós vacinarmos mais uma área que outra, o vírus vai procurar a área menos vacinada. Por isso não é uma boa estratégia deixar bolsas por vacinar”, defendeu, acrescentando ainda que é natural que regiões como Lisboa e Algarve tenham vacinado menos até agora, uma vez que a população nessas regiões é mais jovem e a prioridade inicial foi a faixa etária acima dos 60 anos.

“Como já passámos para baixo dessa faixa etária, a nossa preocupação agora é ter toda a gente, proporcionalmente, vacinada. Porquê? Porque o vírus é oportunista e se deixamos regiões com uma população percentualmente menos vacinada, é aí que o vírus vai atacar”, disse.

“Ninguém vai ficar para trás. Nós não queremos que ninguém corte a meta primeiro, mas também não queremos que ninguém fique para último”, acrescentou.

Para Gouveia e Melo, a capacidade de vacinação está a ser utilizada ao máximo, sublinhando que têm sido vacinadas mais de 100 mil pessoas por dia só no continente. No entanto, recordou que essa capacidade está também dependente da disponibilidade de vacinas.

“Esta última semana vacinámos, praticamente todos os dias, acima de 100 mil pessoas por dia (…) No entanto, essa capacidade – que existe – depende do número de vacinas. Se houver uma redução das entregas ou se, por algum motivo, houver uma limitação à utilização de certo tipo de vacinas, isso tem um impacto imediato”, explicou.

“Não fazemos milagres. O milagre que pudemos fazer e que estava dependente de nós era ter a capacidade de administrar a vacina. Esse foi feito, a capacidade existe”, rematou.