Certificado Digital é uma medida “cautelosa e prudente”, diz Santos Silva

Ministro sublinha que Portugal tem disponibilizado aos britânicos todos os dados epidemiológicos do país “ de forma transparente e atualizada”.

Certificado Digital é uma medida “cautelosa e prudente”, diz Santos Silva

O ministro dos Negócios Estrangeiros afirmou, esta quarta-feira, que o Certificado Digital (CD) – que vai entrar em vigor amanhã no espaço da União Europeia (UE) – é uma medida “cautelosa e prudente”, que vai permitir “abrir gradualmente a economia”.

"O processo que levou à aprovação do CD resulta de uma arbitragem entre necessidades complementares que é preciso fazer. Temos de proteger o nosso espaço comum. Devemos ter uma coordenação como um todo e permitir a circulação e mobilidade das pessoas e abrir gradualmente a economia", frisou Augusto Santos Silva, que defendeu que os testes negativos à covid-19 “devem ser suficientes” para garantir a circulação na UE.

Santos Silva classificou o CD como “um instrumento muito importante”, ao destacar também o facto de ter sido a medida mais rápida a ser criada e autorizada pelos 27 Estados-membros.

Porém, mesmo com entrada do CD no interior da UE, Santos Silva indicou que Portugal vai “continuar vigilante e coordenado, até porque multiplicam-se os sinais de um aumento de nova variante. Sobe na Alemanha, França, Espanha e, fora da UE, no Reino Unido", assinalou o governante.

O chefe da diplomacia portuguesa também realçou as exceções fora do espaço da UE, nomeadamente o caso do Reino Unido, considerado o mais problemático.

Note-se que o Governo português adicionou, esta segunda-feira, o Reino Unido à lista dos países – África do Sul, Brasil, Nepal e Índia – que têm de cumprir isolamento profilático de 14 dias após a entrada em Portugal.

Augusto Santos Silva disse que ficou “surpreendido” quando o Reino Unido retirou Portugal da “lista verde” de restrições, dado que os critérios defendidos pelos britânicos naquele momento eram “inválidos”.

"Mas não concordei com a decisão britânica de aplicar restrições a Portugal, nas condições que foi formulada. Os argumentos de Londres foram, à época, inválidos, como, por exemplo, a alta prevalência da vertente nepalesa (da covid-19), não se verificava em Portugal, que tinha apenas 12 casos", indicou Santos Silva, acrescentado que Londres e Lisboa comunicam sempre caso haja uma decisão tomada, porém “nem sempre o faz através da diplomacia, mas através de outros ministérios, como o dos Transportes ou da Saúde. Não há discussão diplomática entre Portugal e Reino Unido a esse respeito. Os dois países são soberanos".

O chefe da diplomacia portuguesa informou que Portugal tem disponibilizado aos britânicos todos os dados epidemiológicos do país “ de forma transparente e atualizada”.