Turismo cresce em maio mas ainda longe dos valores antes da pandemia

Setor registou um milhão de hóspedes e 2,1 milhões de dormidas em maio. Nesse período, 35,7% dos estabelecimentos estiveram encerrados. 

A atividade turística manteve o crescimento em maio, “mas ainda a grande distância do nível do período homólogo de 2019”. O alerta é dado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Nesse mês, o setor do alojamento turístico registou um milhões de hóspedes e 2,1 milhões de dormidas, o que compara com 126,6 mil hóspedes e 261,6 mil dormidas em maio de 2020, quando a atividade turística esteve praticamente parada. 

“Os níveis atingidos em maio de 2021 foram no entanto inferiores aos observados em maio de 2019, tendo diminuído o número de hóspedes e de dormidas, 62,3% e 68,6%, respetivamente”, disse o organismo. 

Ainda assim, comparando com maio do ano passado, registaram-se decréscimos de 22,3% nas dormidas de residentes e de 83,8% nas dormidas de não residentes.

Nos primeiros cinco meses do ano, verificou-se uma diminuição de 48,8% das dormidas totais, resultante de variações de -3,6% nos residentes e de -72,7% nos não residentes. “Note-se que estas variações são influenciadas pelo facto de nos dois primeiros meses de 2020 não se ter ainda feito sentir o impacto da pandemia”, acrescentando que “comparando com o mesmo período de 2019, as dormidas registaram uma diminuição de 79,7% (-53,3% nos residentes e -90,1% nos não residentes)”.

Hotelaria domina

As dormidas na hotelaria (78,4% do total) aumentaram 808,6% (-70,4% face a maio de 2019). As dormidas nos estabelecimentos de alojamento local (peso de 15,4% do total) cresceram 386,5% (-66,5% face ao mesmo mês de 2019) e as de turismo no espaço rural e de habitação (quota de 6,2%) aumentaram 586,8% (-21,1% face a maio de 2019). 

Em maio, 35,7% dos estabelecimentos de alojamento turístico estiveram encerrados ou não registaram movimento de hóspedes (50,4% em abril).

Peso do mercado interno

O mercado interno apresentou um peso de 61,2%, contribuindo com 1,3 milhões de dormidas e os mercados externos com 800,1 mil. No entanto, em relação a igual período do ano passado verifica-se descidas de 22,3% nas dormidas de residentes e de 83,8% nas de não residentes. 

Desde o início do ano até maio, as dormidas de residentes representaram 65,1% do total, quota que contrasta com a verificada em 2020 (34,6% do total) e em 2019 (28,3% do total).

O mercado britânico representou 25% do total de dormidas de não residentes, seguindo-se os mercados espanhol (quota de 14,3%), alemão (10,8%) e francês (9%). No entanto, nos primeiros cinco meses de 2021, as menores diminuições foram registadas nos mercados polaco (-27,8%), suíço (-28,6%) e belga (-47,2%). Os maiores decréscimos verificaram-se nos mercados canadiano (-96,4%) e chinês (-93,3%).

O Algarve concentrou 24,7% das dormidas, seguindo-se a AM Lisboa (20,1%), o Norte (19,7%) e o Centro (15%). Mas no conjunto dos primeiros cinco meses do ano, as regiões que apresentaram menores diminuições no número de dormidas foram o Alentejo (-0,4%), RA Açores (-16,4%), Centro (-26,8%) e Norte (-39,3%), enquanto as restantes regiões registaram decréscimos superiores a 50%.