Restrições apertam mas festas ilegais continuam

Depois de Albufeira foi a vez da GNR encerrar uma festa ilegal em Alcochete. Gouveia e Melo promete aumentar o número de vacinados e travar os contágios.

Restrições apertam mas festas ilegais continuam

As regras para controlar a pandemia estão cada vez mais apertadas, mas as violações não param de aumentar. Numa altura em que Albufeira está numa situação muito grave, a Polícia Marítima foi obrigada a dispersar, no sábado, cerca de 800 jovens que se encontravam na praia da Oura. Estes encontravam-se em vários grupos e tinham idades compreendidas entre os 16 e os 18 anos.

A Autoridade Marítima Nacional revelou ainda que os adolescentes tinham “várias nacionalidades” e que o alerta chegou pelas 20h45 através dos concessionários de praia. Foi dada a todos os grupos a indicação para dispersar, tendo esta “sido acatada”. Não houve registo de ocorrências nem episódios de desobediência.

Também na madrugada de domingo, a GNR, através do Destacamento Territorial do Montijo, encerrou uma festa ilegal com mais de 300 pessoas, no concelho de Alcochete. O alerta surgiu no seguimento de uma denúncia que “estaria a decorrer uma festa ilegal numa propriedade”, indicou a autoridade. Segundo a GNR foi desencadeada uma operação policial, tendo sido “cessado de imediato o evento e identificados o proprietário do terreno, o organizador do evento e respetivo staff”. Serão posteriormente levantados os respetivos autos de contraordenação.

Estas ocorrências surgem, numa altura, em que o coordenador da task force afirmou que o país está numa “corrida contra o tempo” para aumentar o número de vacinados e travar os contágios, apontando que em setembro 70% da população já tenha a vacinação completa. “Por isso, estamos a aumentar o ritmo de vacinação, comprometendo de alguma forma alguma qualidade no processo, porque é uma corrida contra o tempo. Por um lado, a vacinação por outro lado, os contágios que se estão a espalhar”.

De acordo com as contas do vice-almirante Henrique Gouveia e Melo, Portugal irá atingir “os 85% das primeiras inoculações na segunda ou terceira semana de setembro”, altura em que será também atingido os 70% da população com o esquema vacinal completo. E aí acredita que “estaremos fortemente protegidos contra esta nova variante Delta”, acrescentando que “a vacinação tem efeito sobre os contágios” e como tal é preciso acelerar.

Ainda assim, lamentou que as vacinas não cheguem ao ritmo que desejavam, elucidando que no primeiro trimestre estavam previstas 4 milhões e chegaram 2 milhões e no segundo dos 11 milhões previstos, chegaram 7,2 milhões. Mas deixou uma garantia: “Todas as vacinas que chegam devem ser administradas e rapidamente” para antecipar a vacinação e, como tal, foi reforçado os agendamentos ao máximo e estamos simultaneamente a reforçar as nossas capacidades para vacinar, e os horários também estão a ser alargado ao máximo”, sublinhando que esta semana vacinaram diariamente mais de 100 mil pessoas.

 

Mais faixas etárias

A partir de ontem, passou estar aberta a vacinação a partir dos 18 aos 29. A convocação desta faixa etária é feita através de agendamento central, com os utentes a receberem uma mensagem SMS ou um telefonema dos serviços de saúde, mas o autoagendamento ficará, gradualmente, disponível até aos 18 anos.

Recorde-se que um estudo da Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa, divulgado na última semana, indica que 85,7% dos jovens entre os 16 e os 25 pretendem ser vacinados, mas 14,3% ainda não decidiram se vão receber a vacina. Confrontado com estes dados, o coordenador admitiu que possa haver “alguma resistência”, no entanto, apelou “à racionalidade” (ver págs. 16-17).

Também as grávidas com 16 ou mais anos podem ser vacinadas contra a covid-19 a partir das 21 semanas de gestação, depois de fazerem a ecografia morfológica, e respeitando um intervalo de 14 dias de qualquer outra vacina.

Segundo o último relatório da vacinação da DGS, 5.335.683 pessoas já receberam pelo menos uma dose e 3.295.132 têm a vacinação completa (32% da população).

 

Sem mortos mais dois mil casos

Portugal não registou nenhuma morte atribuída à covid-19 nas últimas 24 horas, o que já não acontecia desde 14 de junho, mas foram identificados 2041 novos casos de infeção, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS).

Os dados revelam ainda um aumento nos internamentos quer em enfermaria quer em cuidados intensivos. No domingo estavam internadas 567 pessoas com covid-19, mais 24 do que no sábado, 128 das quais em unidades de cuidados intensivos (mais seis).

A área de Lisboa e Vale do Tejo tem 45,4% do total das novas infeções, concentrando 928 novos casos.

Os dados divulgados pela DGS mostram também que há mais 1386 casos ativos, totalizando 38124 e que 655 pessoas foram dadas como recuperados nas últimas 24 horas, o que aumenta o total nacional para 833 852 recuperados.