João Leão confia numa recuperação “ainda mais forte”

Ministro das Finanças reconhece, no entanto, que continua a existir incerteza relativa à evolução da pandemia. E garante que “mais de metade do OE” está concretizado.

"Apesar da incerteza relativa à evolução da pandemia, tenho confiança que a recuperação poderá ser ainda mais forte". A garantia foi dada pelo ministro das Finanças que está a ser ouvido esta quarta-feira, no Parlamento.

João Leão afirma que "as projeções de junho do Banco de Portugal apontam nesse sentido, estimam um crescimento de 4,8% em 2021 e de 5,6% em 2022. Antecipamos que Portugal recupere já em 2022 o nível do PIB e da economia verificado em 2019, antes de pandemia. O PRR [Plano de Recuperação e Resiliência] será fundamental para isto".

Esta declaração surge depois de a Comissão Europeia ter mantido inalteradas as previsões de crescimento para Portugal: 3,9% em 2021 e 5,1% em 2022. No entanto, reviu em alta o crescimento da Zona Euro, de 4,3% para 4,8% em 2021, e de 4,4% para 4,5% em 2022. 

De acordo com Bruxelas, "a economia portuguesa está a caminhar para uma recuperação robusta, com início no segundo trimestre de 2021, ao lado da retirada gradual das restrições provocadas pela pandemia", mas admite que "o ritmo da recuperação foi travado pelo regresso parcial de restrições temporárias em junho", causado por uma subida do número de infeções provocadas pelo SARS-CoV-2.

“Mais de metade do OE" concretizado

O ministro das Finanças disse também aos deputados que “a meio do ano já concretizámos mais de metade das medidas previstas no Orçamento do Estado", dando como exemplo, medidas como o layoff, o prolongamento extraordinário por seis meses do subsídio de desemprego e o aumento do salário mínimo.

Já em relação ao Orçamento do próximo ano, João Leão deixou uma garantia: “Não será mais fácil nem menos exigente", defendendo que o país não se pode "afastar do caminho de sustentabilidade" e garantindo que "só com uma estratégia orçamental responsável podemos promover de forma sustentada a melhoria das condições de vida aos portugueses”.

Recorde-se que tanto os partidos de esquerda como o PAN têm colocado algumas reservas no que diz respeito à aprovação do documento para o próximo ano.