Detenção de Luís Filipe Vieira pretende evitar destruição de prova e fuga, diz PGR

“No processo investigam-se negócios e financiamentos em montante total superior a 100 milhões de euros, que poderão ter acarretado elevados prejuízos para o Estado e para algumas das sociedades”, diz PGR.

A Procuradoria -Geral da República confirma que foram detidos “quatro pessoas, dois empresários, um agente desportivo e um dirigente desportivo”, referindo-se a Luís Filipe Vieira, ao empresário conhecido por “Rei dos Frangos”, ao empresário desportivo Bruno Macedo e ao filho de Vieira, Tiago Vieira, tal como já tinha sido avançado pelo Nascer do SOL, acrescentando que as detenções foram efetuadas "atendendo aos indícios já recolhidos, com vista a acautelar a prova, evitar ausências de arguidos e a prevenir a consumação de atuações suspeitas em curso".

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"No âmbito de um inquérito dirigido pelo Ministério Público do Departamento Central de Investigação e Ação Penal cuja investigação se encontra a cargo da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) e conta com a estreita colaboração da Polícia de Segurança Pública (PSP), foram cumpridos cerca de 45 mandados de busca, abrangendo instalações de sociedades, domicílios, escritórios de advogados e uma instituição bancária. Estas buscas decorrem nas áreas de Lisboa, Torres Vedras e Braga", revela em comunicado.

A PGR esclarece ainda que "os detidos serão presentes, previsivelmente no decurso do dia de amanhã, a primeiro interrogatório judicial com vista à aplicação, considerando a gravidade dos crimes e as exigências cautelares, de medidas coação diferentes do termo de identidade e residência". E no processo estão a ser investigados "negócios e financiamentos em montante total superior a 100 milhões de euros, que poderão ter acarretado elevados prejuízos para o Estado e para algumas das sociedades"

Em causa estão factos ocorridos, essencialmente, a partir de 2014 e até ao presente e suscetíveis de integrarem a prática, entre outros, de crimes de abuso de confiança, burla qualificada, falsificação, fraude fiscal e branqueamento.

"No cumprimento dos mandados participaram 66 Inspetores Tributários, sendo 25 da Direção de Finanças de Braga, 8 da Direção de Finanças do Porto, 26 da Direção de Finanças de Lisboa e 2 da Direção de Serviços de Investigação da Fraude e de Ações Especiais (DSIFAE), para além de 9 elementos do Núcleo de Informática Forense desta Direção", acrescentando que "participaram ainda 4 magistrados do Ministério Público, 3 Juízes de Instrução Criminal e 74 polícias da PSP, 9 dos quais a exercerem funções no DCIAP".