TAP. Despedimento coletivo “não se justifica” e é “desumano”

Companhia aérea diz representa uma “redução muito expressiva” na previsão feita em fevereiro, na qual apontava a saída de dois mil trabalhadores. 

“Não se justifica” e “desumano”. É desta forma que o Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (Sitava) reagiu ao despedimento coletivo de 124 trabalhadores da TAP e garantiu que vai recorrer a todas as medidas que levem a empresa a reconsiderar. “Lamentamos que a TAP tenha optado por esta medida, depois de ter já provocado mais de duas mil saídas da empresa, que tenha optado por mais esta descaracterização”, afirmou o secretário-geral da estrutura sindical.

Em causa a informação revelada pela companhia aérea que irá dispensar 124 trabalhadores na sequência da “restruturação da companhia aérea”. Para a empresa, este leque de despedimentos representa “uma redução muito expressiva” em relação ao número – dois mil – de colaboradores que se previa dispensar em fevereiro, e que é exigido pelo plano de restruturação da TAP, “em apreciação pela comissão europeia”.

“A nossa principal prioridade sempre foi promover e encorajar medidas voluntárias e, no caso das saídas, com compensações mais elevadas do que as previstas na lei. Concentrámo-nos em gerir o processo com dignidade e respeito pelas pessoas, com todos os casos avaliados individualmente. Globalmente, estes esforços extraordinários reduziram significativamente o objetivo inicial de redução de efetivos no plano de reestruturação”, apontou a presidente executiva da TAP, que assumiu o cargo recentemente, Christine Ourmières-Widener, em comunicado. E acrescentou que este plano em marcha irá “ajustar a capacidade e estrutura de custos da TAP à realidade operacional atual e às projeções para os próximos anos”.

Abrangidos

Já é conhecida a lista dos principais grupos profissionais que vão ser afetados: 35 pilotos (face ao número inicial de 458); 28 tripulantes de cabina, contra os inicialmente previstos 747; 38 trabalhadores da ME [Manutenção e Engenharia] Portugal (relativamente ao número inicial de 450); e 23 trabalhadores da sede (face aos iniciais 300).

Uma informação que não caiu bem junto da Sitava. “Entendemos que é uma medida errada, a TAP não tinha necessidade disto, é uma crueldade, a empresa precisa destes trabalhadores, hoje é notória a falta de mão de obra para executar trabalho”, realçou o dirigente sindical, que disse ter sido surpreendido pelo anúncio desta medida, numa altura em que falta mão de obra nalguns setores de atividade da companhia aérea.

Norte critica companhia

ambém o presidente do Turismo do Porto e Norte assumiu que a região tem um “problema inegável” chamado TAP, exigindo a “atenção e importância” que a região merece e saber o que a companhia pretende para a mesma. 

Luís Pedro Martins quer que a companhia de bandeira dê a “importância e atenção” que a região merece, sabendo que antes da pandemia de covid-19 crescia 10% ao ano. E dá números: atualmente o aeroporto do Porto já recuperou 75% da sua conectividade e 40% de tráfego em termos de passageiros, o que significa, no seu entender, que a região continua “extremamente atrativa”.

 

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