Fiscalização em Vilamoura. “Tenho vergonha do meu país”

“Os empresários precisam de ajuda e não da ASAE a puxá-los para baixo”, condena a artista Sylvia.

“Ia reunir com alguns clientes na marina de Vilamoura, local onde costumo fazer espectáculos de música ao vivo”, começa por explicar Sylvia, vocalista dos Just Gold Live Music Duo, que assistiu à fiscalização de vários estabelecimentos, no sábado passado, pela Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE).

“Infelizmente, presenciei esta fiscalização. Entravam nos estabelecimentos, porta sim, porta sim, acompanhados pela GNR”, denuncia a artista. “Como profissional da cultura, levei uma facada muito grande. O Algarve está desfeito, a hotelaria está de rastos. Os empresários – que ainda conseguem, a muito custo, manter a cabeça ‘fora de água’ – precisam de ajuda e não da ASAE a puxá-los para baixo”, lamenta.

Sylvia refere-se à ação levada a cabo, pela ASAE, em Vilamoura, Faro, Porto, Bragança e Coimbra. Em comunicado, a entidade informou que, no âmbito da operação Convívio Seguro IV, foram fiscalizados 96 operadores económicos, tendo sido instaurados 60 processos de contraordenação, 19 dos quais a clientes dos estabelecimentos, constituindo-se como principais infrações “o incumprimento das regras de consumo de bebidas alcoólicas após as 21h00, a inobservância das regras de ocupação, lotação, permanência e distanciamento físico, a falta de observância das regras de funcionamento dos estabelecimentos de restauração e similares, e do dever de encerramento dos estabelecimentos”, entre outras situações.

“Foi ainda determinada a suspensão imediata de atividade de 29 estabelecimentos por não cumprimento das regras definidas para o atual contexto de pandemia”, lê-se no comunicado veiculado no site oficial da ASAE, em que a mesma deixa claro que, para além da colaboração da GNR, contou também com o auxílio da PSP.

“Tenho vergonha do meu país e sinto-me indignada”, confessa Sylvia. A seu lado, a ASAE elucidou que continuará a desenvolver ações de fiscalização em todo o território nacional, “em prol de uma sã e leal concorrência entre operadores económicos, na salvaguarda da segurança alimentar bem como para garantia do cumprimento das regras de saúde pública determinadas pela situação pandémica”.