Razões para ilegalizar o Chega

Sendo evidente que o Chega é um perigo para democracia, impede o país de se desenvolver e hipoteca o futuro das próximas gerações, urge ilegalizá-lo antes que destrua de vez Portugal.

por João Cerqueira
Escritor

Os portugueses zelam pela sua democracia como os ingleses cuidam dos seus jardins. Desvelos lhes merecem a rosa e o cravo. Mas há uma cortina de ferro que começa a descer sobre o país. Um partido extremista  que esconde um projeto totalitário inspirado nas piores ditaduras: o Chega.

Os seguintes factos históricos demonstram as tentativas do Chega acabar com a democracia e o seu desprezo pela liberdade.

A 25 de Novembro de 1975 os vários partidos que agora compõem o Chega tentam derrubar  o regime democrático através de um golpe de estado. Instigam a sublevação da unidade militar de paraquedistas de Tancos para substituir o que chamavam de democracia burguesa por uma ditadura comunista.  E só não o conseguiram devido à ação enérgica de defensores da liberdade como Mário Soares, Sá Carneiro e Ramalho Eanes. A ditadura, ou uma guerra civil, foi evitada, ainda que à custa da morte de três portugueses. Os dirigentes do Chega nunca lamentaram o seu apoio aos golpistas e recusam celebrar a data – o fim do PREC.

Entre 1980 e 1987 uma organização terrorista chamada Forças Populares 25 de Abril provocou a morte de treze pessoas, entre as quais um bebé de quatro meses, mediante atentados bombistas e a tiro, e assaltos a bancos. Um horror que ensombrou a democracia portuguesa. Porém, um destes terroristas fez parte do Chega e o partido escolheu-o, decerto pela sua pureza ideológica, para ser candidato às eleições autárquicas. E ao invés de lamentar o seu passado, dele se vangloria.

O Chega admira figuras como Estaline, Trotsky e Fidel Castro, não celebra a queda do Muro de Berlim, votou contra a equiparação da sua ideologia ao nazismo no Parlamento Europeu e apoia ditaduras como a Coreia do Norte, Cuba e a Venezuela. O fundador do Chega brinca com o genocídio de cerca de cinco milhões ucranianos, a Grande Fome ou Holodomor, por a União Soviética lhes ter confiscado os alimentos e depois ter rejeitado a ajuda externa. O canibalismo, a que muitos ucranianos foram forçados para sobreviver, merece-lhe uma piada.

E como se não bastasse a admiração de facínoras e tiranias e a apologia da violência armada, os governos do Chega levaram por três vezes o país à bancarrota, vulgarizaram a corrupção e o compadrio, tomaram de assalto todas as entidades reguladoras independentes, calaram jornalistas incómodos e conseguiram que Portugal esteja prestes a tornar-se o país mais pobre e atrasado da UE.

Como tal, sendo evidente que o Chega é um perigo para democracia, impede o país de se desenvolver e hipoteca o futuro das próximas gerações, urge ilegalizá-lo antes que destrua de vez Portugal.

 

P.S. – Apoio a IL e todas as causas liberais que surjam em Portugal.