EUA temem um “ressurgimento” da pandemia

Estagnação da vacinação pode estar na origem de novos surtos de covid-19 nos Estados Unidos.

Os Estados Unidos temem poder estar perante um ressurgimento da pandemia depois de um aumento rápido de novos casos de coronavírus dentro das suas fronteiras e de uma estagnação do processo de vacinação.

Tem sido registados diversos surtos, especialmente em estados que possuem taxas de vacinação mais baixas, nomeadamente Arkansas, Louisiana, Missouri e o Nevada.

Estes novos surtos estão a ser designados como a “pandemia dos não vacinados” e levaram o Presidente Joe Biden a lançar um apelo a todos os americanos para se vacinarem, “por favor, por favor”, cita o Guardian.

A somar à “pandemia dos não vacinados”, as autoridades de saúde americanas temem ainda que as novas variantes, nomeadamente a Delta, possa complicar o cenário dos Estados Unidos, que ainda é o país com mais casos de infeção do mundo.

Este receio levou o país a atualizar os avisos de viagem para o Reino Unido, Indonésia, Zimbábue, Fiji e Ilhas Virgens Britânicas, aconselhando os seus cidadãos a não viajarem para esses destinos devido ao agravamento da pandemia, e a rever as regras de chegadas de viajantes de destinos considerados de maior risco.

O Reino Unido, que esta semana levantou uma série de restrições,  passou de Nível 3 (“reconsiderar a viagem”) para Nível 4 (“não viajar”), depois de ter oscilado por várias vezes entre patamares de risco para as autoridades sanitárias dos EUA.

 

Número real de mortes na Índia

Entretanto, investigadores acreditam que o total de mortes na Índia devido à covid-19 pode ser 10 vezes superior aos dados oficiais, ou seja de vários milhões e não de milhares.

O documento, publicado por Arvind Subramanian, antigo conselheiro económico do Governo indiano, e dois investigadores do Centro para o Desenvolvimento Global e da Universidade de Harvard, calcula que o excesso de mortes – a diferença entre os óbitos registados e os que seriam esperados em circunstâncias normais – ronde entre três e 4,7 milhões entre janeiro de 2020 e junho de 2021.

O relatório aponta que a contagem oficial pode ter deixado de fora mortes ocorridas em hospitais sobrecarregados, especialmente durante a devastadora segunda vaga da pandemia, na primeira metade do ano.