Fisco desmantela rede de fraude no setor têxtil que branqueou 7,5 milhões de euros

A Autoridade Tributária e Aduaneira, em coordenação com a Polícia Judiciária, desconstruiu um esquema ardiloso, montado por um único indivíduo que geria várias sociedades no setor têxtil, na qual montou um complexo sistema de faturação cruzada e de diversa faturação falsa.

A Autoridade Tributária e Aduaneira (AT), em coordenação com a Direção de Finanças do Porto e a Diretoria do Norte da Polícia Judiciária, desmantelaram uma rede fraudulenta que operava dentro do setor da indústria têxtil, na qual foram obtidos ilegitimamente cerca de 7,5 milhões de euros em benefícios patrimoniais.

Estes lucros ilegítimos foram branqueados em negócios no setor imobiliário, refere a AT.

Através da realização de 26 buscas – domiciliárias e não domiciliárias – e da execução de sete mandados de detenção fora de flagrante delito na chamada "Operação Trapos", a AT desconstruiu um esquema ardiloso, montado por um único indivíduo que geria várias sociedades no setor têxtil, segundo explica a autoridade em comunicado, divulgado esta quarta-feira.

Com o apoio de funcionários, contabilistas – “os chamados ‘testas de ferro’” –, o indivíduo montou um “complexo sistema de faturação cruzada, da utilização de diversa faturação falsa, e da realização de negócios não faturados, logrou obter vantagens patrimoniais ilegítimas em sede de IRC e IVA, bem como ainda obter subsídios de forma ilegítima”, indica a AT.

Nesta investigação, várias empresas e indivíduos foram indiciados por suspeita da prática de crimes de fraude fiscal qualificada, burla tributária, fraude na obtenção de subsídio e branqueamento de capitais, assinala.

Os arguidos detidos foram presentes a primeiro interrogatório judicial, no qual foram decretadas as seguintes medidas de coação: “prestação de cauções económicas, proibição de contactos, apresentações periódicas em postos policiais e proibição de exercício de funções", consideradas medidas genéricas deste tipo de casos pelo Fisco.

Também foi decretado o "arresto preventivo de diversos imóveis pertencentes a uma das empresas arguidas cujo valor global foi fixado em 2.486.649,96 euros", aponta a AT.