Despacho para os festejos do Sporting? António Costa enviou telégrafo a dizer que não deu qualquer instrução

Cecília Meireles, deputada do CDS, começou a sua intervenção ao pedir um “esclarecimento” sobre a validação do despacho, com intuito de perceber se Eduardo Cabrita assinou o documento com indicações do primeiro-ministro. António Costa negou em breves segundos. 

Continuam a pairar no parlamento dúvidas sobre o despacho que viabilizou os festejos da vitória do Sporting no campeonato nacional de futebol, em Lisboa.

Na intervenção do CDS, no debate sobre o Estado da Nação, Cecília Meireles começou logo por pedir um “esclarecimento” sobre a validação do despacho: “Eduardo Cabrita assinou este despacho à sua revelia ou com o seu conhecimento, no cumprimento de instruções suas?”, questionou a deputada, ao destacar que se seguiu as instruções do primeiro-ministro, esta decisão explica como é que o ministro da Administração Interna (MAI) continua a exercer funções.

Ao pedir por uma resposta “telegráfica”, António Costa respondeu, de forma breve, que não deu qualquer instrução para o despacho, ao garantir que desconhecia o documento que permitiu a celebração do título sportinguista.

Já na segunda volta de intervenções, o deputado Carlos Peixoto do PSD voltou a tocar na ferida, ao perguntar a António Costa se quer atribuir na mesma a culpa ao Sporting ou se “quer dar um corretivo ao ministro da Administração Interna?”.

Eduardo Cabrita tem estado continuamente nos últimos meses debaixo de fogo e Carlos Peixoto considera as "trapalhadas" do ministro do MAI uma responsabilidade de António Costa, que persiste em manté-lo no cargo. Assim, o deputado do PSD deixa a questão no ar: “O primeiro-ministro revê-se no seu ministro?”.

“Cabrita tem sacudido a água do capote com a facilidade de quem respira. Assuma esta responsabilidade”, apontou Carlos Peixoto, ao afirmar: “Se quer ajudar um amigo, que é uma qualidade humanista, não está a ser estadista”.

Para terminar o seu discurso, o deputado social-democrata deixou outra dúvida ao líder do executivo: se não pensou em “comprar um bilhete só de ida para alguns ministros”, nomeadamente ao ministro da Administração Interna.

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