Pedro Tamen era “uma das figuras maiores da literatura portuguesa”

O funeral do poeta, que morreu aos 86 anos, vai acontecer este sábado, numa capela em Palmela, no distrito de Setúbal.

Pedro Tamen era “uma das figuras maiores da literatura portuguesa”

Morreu “uma das figuras maiores da literatura portuguesa” e autor de O Livro dos Sapateiros, o poeta e tradutor português Pedro Tamen, com 86 anos. Segundo declarações de fonte próxima da família à Lusa, Tamen morreu em Setúbal, onde estava hospitalizado.

A ministra da Cultura, Graça Fonseca, lamentou a morte do escritor e tradutor, considerando-o uma “figura maior da literatura portuguesa, que construiu uma obra poética extraordinária, com um domínio magistral da língua portuguesa e das suas sonoridades”.

Tamen nasceu em em Lisboa, a 1 de dezembro de 1934, antes de se dedicar à literatura, o escritor estudou Direito na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, onde se licenciou.

Enquanto frequentava esta universidade, ocupou o cargo de diretor do jornal Encontro e foi cofundador do cineclube Centro Cultural de Cinema.

O escritor também foi diretor da, agora extinta, editora Moraes, entre 1958 e 1975, com o escritor António Alçada Baptista, e, após abandonar este cargo, vogal do conselho de administração da Fundação Calouste Gulbenkian, durante 25 anos consecutivos, de 1975 até 2000, enquanto, ao mesmo tempo, presidiu ao P.E.N. Clube Português (1987- 1990) e foi membro da direção e presidente da assembleia geral da Associação Portuguesa de Escritores. Foi, também, crítico literário.

O escritor estreou-se com a obra Poema para Todos os Dias e publicou cerca de oito títulos de poesia. A obra O Livro do Sapateiro valeu-lhe o Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores, em 2010, e o Prémio Casino da Póvoa/Correntes d’Escritas, em 2011.

Pedro Tamen escreveu também teatro e traduziu autores como Gabriel Garcia Marquez, Reinaldo Arenas, Marcel Proust e Gustave Flaubert.

A 9 de junho de 1993 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique.

O funeral do poeta vai ser realizado em privado, no sábado, numa capela em Palmela, no distrito de Setúbal, seguindo o corpo para o crematório da Quinta do Conde, no concelho vizinho de Sesimbra.