Turismo. Dormidas de não residentes caem para metade

Dados são referentes ao primeiro semestre do ano. Em contrapartida, dormidas de residentes cresceram, com destaque para Madeira, Açores e Algarve. Números ainda longe de 2019.

O balanço do primeiro semestre deste mostra uma tímida recuperação do turismo face ao ano passado mas ainda longe dos números registados em 2019, altura em que a pandemia de covid-19 ainda não tinha chegado a Portugal.

O Instituto Nacional de Estatística (INE) fez as contas e avança que nos primeiros seis meses do ano foi registada uma diminuição de 21,3% das dormidas totais, resultante de crescimentos de 23,7% nos residentes e quebras de 50,8% nos não residentes. “Note-se que estas variações são influenciadas pelo facto de nos dois primeiros meses de 2020 não se ter ainda feito sentir o impacto da pandemia”, lembra o INE acrescentando que, comparando com o mesmo período de 2019 os números agravam-se e as dormidas registaram uma diminuição de 73,4%: menos 42,3% nos residentes e menos 85,9% nos não residentes.

No que diz respeito aos mercados, nos primeiros seis meses do ano os maiores aumentos registados dizem respeito ao mercado polaco (+29%), suíço (+11,9%) e belga (+3,3%). Já os restantes principais mercados registaram decréscimos.

O gabinete de estatística refere ainda que, no período em análise, em termos de dormidas de residentes, registaram-se aumentos em todas as regiões, com principal destaque para as evoluções registadas na Região Autónoma da Madeira (+99,8%), Região Autónima dos Açores (+66,3%) e Algarve (+52,6%).

No entanto, todas as regiões apresentaram decréscimos no número de dormidas de não residentes, com as menores reduções a registarem-se no Alentejo (-15,9%), enquanto as restantes regiões apresentaram diminuições superiores a 30%.

E em junho? Já no que diz respeito apenas ao mês passado, o INE avança que o setor do alojamento turístico registou 1,4 milhões de hóspedes e 3,4 milhões de dormidas, valores que compara com 476,7 mil hóspedes e um milhões de dormidas em junho do ano passado.

Ainda assim, estes valores estão abaixo daqueles que foram registados em 2019, tendo o número de hóspedes e de dormidas diminuído 50,1% e 52,6%, respetivamente. Ainda face a junho de 2019 observaram-se decréscimos de 7,6% nas dormidas de residentes e de 72% nas dormidas de não residentes.

Mas comparando com 2020, os crescimentos são bastante significativos: os hóspedes cresceram 186,9%  e as dormidas 230,1% (+674,2% e +681,2% em maio, pela mesma ordem).

Segundo o gabinete de estatística, as dormidas na hotelaria (80,1% do total) aumentaram 261,5% (-54,0% face a junho de 2019). Já as dormidas nos estabelecimentos de alojamento local (peso de 14,1% do total) cresceram 183,4% (-53,9% face ao mesmo mês de 2019) e as de turismo no espaço rural e de habitação (quota de 5,9%) aumentaram 84,4% (-6,6% face a junho de 2019).

Quanto aos mercados, em junho, o mercado interno (peso de 58,7%) contribuiu com dois milhões de dormidas e os mercados externos com 1,4 milhões.

Face a junho de 2019 registaram-se decréscimos de 7,6% nas dormidas de residentes e de 72% nas de não residentes.

A totalidade dos dezassete principais mercados emissores registou aumentos nesse mês, tendo representado 88,3% das dormidas de não residentes nos estabelecimentos de alojamento turístico neste mês.

Em junho, o mercado britânico representou 22,8% do total de dormidas de não residentes, seguindo-se os mercados espanhol (quota de 14,3%), alemão (11,3%) e francês (10,6%).