Chovem ‘bolas de ténis’ em Itália

Diversas cidades no norte de Itália foram assoladas por inundações e deslizamentos de terra. Especialistas afirmam que estes fenómenos se devem às alterações climáticas.

O norte de Itália foi assolado por uma forte precipitação que provocou inundações e deslizes de terras em diversas cidades na zona do Lago Como.

Os bombeiros tiveram que responder a mais de 60 situações em torno do lago, rodeado por montanhas, para auxiliar pessoas isoladas, residentes bloqueados por deslizes de terras ou condomínios ameaçados de inundação.

Estas inundações ocorreram um dia depois de terem ‘chovido’ pedras de granizo do tamanho de bolas de ténis que provocaram danos a mais de 100 viaturas, acabando por bloquear uma autoestrada próxima de Bolonha, no norte de Itália.

Segundo a organização de representação e assistência agrícola, Coldiretti, este é mais um exemplo dos fenómenos meteorológicos extremos que se intensificaram nos últimos anos. «Estamos a assistir em Itália às consequências das alterações climáticas, com uma tendência para a tropicalização e a multiplicação de eventos extremos», adiantou a organização, que recordou tempestades mais frequentes, repentinas e violentas, chuvadas mais intensas e curtas e passagens súbitas de céu solarengo para mau tempo.

«A dimensão das tempestades de granizo também mudou, crescendo consideravelmente nos últimos anos com quedas de autênticos blocos de gelo do céu – até maiores do que bolas de ténis», descreveu a Coldiretti.

As tempestades de granizo podem destruir campos ou pomares inteiros de vegetais e fruta. A Coldiretti atribuiu a queda em 40% na colheita de pêssegos e damascos e 50% de nectarinas a «este clima louco».

 

Piores inundações dos últimos 20 anos

O mau tempo em Itália surge numa altura em que a Europa, especialmente, Alemanha, Bélgica, Luxemburgo e Países Baixos tem registado as inundações mais mortíferas dos últimos 20 anos.

Na Alemanha morreram 169 pessoas, segundo o mais recente balanço, realizado esta terça-feira pelas equipas de salvamento locais. O estado da Renânia-Palatinado, no sudoeste do país, foi o mais afetado, tendo registado pelo menos 121 mortos, enquanto na Bélgica registaram-se, até à data, 37 vítimas mortais e cumpriu-se, esta terça-feira, um dia de luto nacional e um minuto de silêncio pelas vidas perdidas.

Mas estes desastres não são exclusivos do velho continente, na Ásia também se tem registado fenómenos semelhantes.

Em Zhengzhou, na China, subiu para 99 o número de vítimas mortais durante as chuvas torrenciais que decorreram durante a semana passada. O número exato de mortos permanece na dúvida.

Na Índia, um deslizamento de terras, no norte do país, fez nove mortos, a maioria turistas, e provocou a destruição de uma ponte.