Passe verde provoca caos no parlamento italiano

A obrigatoriedade de utilizar o passe sanitário em Itália está a dividir o país, mas não é a única medida a ser contestada, a vacinação obrigatória também incomoda alguns.

Passe verde provoca caos no parlamento italiano

O ‘passe verde’, nome dado ao passe sanitário em Itália, está ser alvo de contestação no país e até no parlamento.

Vídeos divulgados pela comunicação social na quinta-feira mostravam deputados da extrema-direita a ocuparem o centro do hemiciclo enquanto um deles, empunhando um cartaz que dizia «não ao passe verde», corria e fugia dos seguranças.

Este passe vai entrar em vigor no dia 6 de agosto – além das salas de bares e restaurantes, será exigido para entrar em piscinas, ginásios, museus, cinemas e teatros, bem como salões de jogos. Será ainda exigido para os eventos desportivos, concertos, espetáculos, feiras e congressos, particularmente propícios a concentração de pessoas.

Nos últimos dias, mais de 30 mil pessoas, de norte a sul de Itália, protestaram contra a medida, que não vai de encontro às expectativas de empresários e comerciantes.

Não é a primeira vez que os italianos contestam este tipo de medidas. Em abril, entrou em vigor uma lei que previa que todas as pessoas que trabalham em estruturas socio-sanitárias, públicas e privadas, em farmácias, drogarias e consultórios privados, estão obrigadas a ser vacinadas, o que levou profissionais de saúde a intentarem uma ação judicial para que a obrigação seja levantada.

Já em França, o governo avançou com uma lei que obriga os funcionários a apresentar o passe sanitário no trabalho. Caso recusem vacinar-se, as sanções podem chegar à demissão.

A ministra do Trabalho francesa, Élisabeth Borne, explicou, em declarações ao canal de televisão BFMTV, que a lei inclui um processo de suspensão do contrato de trabalho (da contratação e do salário) caso o trabalhador não tenha conseguido vacinar-se, que seria retirado no momento em que o trabalhador apresentasse o documento comprovativo.

 

Estados Unidos e a vacinação obrigatória

Enquanto os EUA estão a registar novos surtos de infeção do vírus devido a uma inesperada quantidade de cidadãos que tem recusado imunizar-se, o estado norte-americano da Califórnia e a cidade de Nova Iorque decidiram tomar ações e, esta segunda-feira, declararam que todos os funcionários públicos terão de tomar a vacina contra a covid-19 ou, em alternativa, testar para o vírus todas as semanas.

O mayor da cidade de Nova Iorque, Bill de Blasio, anunciou que os trabalhadores municipais, inclusive professores, bombeiros e agentes da polícia deverão tomar a vacina até meados de setembro. Se não o fizerem, terão de realizar, semanalmente, um teste para a covid-19.

Contudo, a vacinação não terá um caráter obrigatório, apesar das autoridades nova-iorquinas esperarem que a inconveniência e o desconforto dos testes semanais possam persuadir muitos a superar a relutância em serem vacinados.

O estado da Califórnia anunciou, no mesmo dia, que iria adotar medidas semelhantes, que entrarão em vigor no próximo mês, abrangendo os cerca de 238 mil funcionários estaduais e cerca de dois milhões de profissionais de saúde (setores público e privado).

Algumas empresas, como a Google e o jornal Washington Post, também estão a começar a tornar a vacinação um critério obrigatório para o regresso ao local de trabalho.

O Presidente dos EUA, Joe Biden, admitiu esta quarta-feira que tornar a vacina contra a covid-19 obrigatória para todos os funcionários federais do país é uma possibilidade que «está a ser considerada».