JO. Mamona traz para Portugal a segunda medalha olímpica

Patrícia Mamona conseguiu a sua primeira medalha olímpica, a prata no triplo salto. Com uma marca de 15,01 metros garantiu segunda medalha olímpica portuguesa em Tóquio. Pelo caminho ficou a seleção nacional de andebol. 

Patrícia Mamona foi a protagonista de um verdadeiro voo no triplo salto em Tóquio. 15,01 metros garantiram a prata para Portugal e para Mamona, que ficou a uns longínquos 66 centímetros da marca de ouro da venezuelana Yulimar Rojas, bicampeã do mundo, que alcançou os 15,67 metros.

Mamona, que foi campeã nos Europeus de Atletismo de Pista Coberta em 2021, e ao ar livre, em 2016, garantiu logo a passagem à final na primeira tentativa de qualificação, com um salto de 14,54 metros. Na final, conseguiu a segunda melhor marca, e o recorde nacional. Em terceiro lugar ficou a espanhola Ana Peleteiro, com 14,87 metros, batendo também o recorde nacional do país. Esta foi a maior conquista olímpica da atleta, após o sexto lugar no Rio2016 e o 13.º posto em Londres2012. “Somos pequenos, mas somos grandes!”, foi o grito de guerra da atleta portuguesa.

Em reação, o próprio primeiro-ministro saudou a atleta, referindo “uma prova incrível, um novo recorde nacional e mais uma demonstração de enorme superação”. “Um resultado que muito nos orgulha e que dá a Portugal a 2ª medalha nestes Jogos Olímpicos”, concluiu.

Já Marcelo Rebelo de Sousa, numa nota publicada na Presidência da República, realçou que, “além de confirmar as expectativas que todos tinham sobre o seu momento de forma, bateu o recorde nacional no triplo salto feminino”. Também Frederico Varandas, presidente do Sporting CP, clube que a atleta representa, saudou Mamona.

Seleção de andebol fica pelo caminho Acabou tão depressa como começou o sonho olímpico da seleção nacional de andebol, que foi eliminada dos Jogos de Tóquio na madrugada de domingo, frente à seleção anfitriã. 30-31 foi o resultado final do jogo decisivo para Portugal, que conquistou apenas uma vitória na fase de grupos, frente ao Bahrain, por 25-26. A diferença de um golo foi, em simultâneo, o carrasco e a salvação do emblema nacional treinado por Paulo Jorge Pereira.

Afinal de contas, a vitória frente à seleção árabe foi conseguida com um único golo de vantagem, mas as derrotas frente à Suécia (29-28) e ao Japão (30-31) também se deram com apenas um golo de diferença. Só nos jogos contra a Dinamarca (28-34) e contra o Egito (31-37) é que a seleção acabou por ficar mesmo mais longe da vitória.

No último jogo da fase de grupos, Portugal chegou ao intervalo a perder por dois golos de diferença frente aos nipónicos, e os falhanços consecutivos nos últimos minutos de partida garantiram a vitória aos anfitriões, que acabaram também eliminados do andebol olímpico.

Com estes resultados, Portugal ficou no quinto lugar do Grupo B, fora das qualificações para a fase eliminatória do torneio olímpico, e no 9.º lugar da classificação geral. Dinamarca, Egito, Suécia e Bahrain passaram à fase seguinte, onde encontrarão França, Espanha, Noruega e Alemanha.

Frustração, mas fé no futuro A seguir ao jogo que acabou na eliminação de Portugal, o técnico Paulo Jorge Pereira apontou o dedo à falta de investimento no desporto português. “O sentimento é de frustração, um pouco triste. Ontem falava nisso em tom de brincadeira, mas um dia vou escrever um livro, que terá como título ‘O golo que falta’. Em Portugal o desporto importa pouco. Organizamo-nos pouco para competir com equipas deste nível, que se preparam para estas competições. Aquilo que levo é um sentimento de tristeza, por sentir que podemos fazer mais do que isto, se qualificarmos mais as coisas. Só assim será possível”, disse o técnico à RTP, antes de listar os detalhes que levaram às derrotas dos portugueses.

“Faltou, desde logo, a questão da adaptação. Oito horas de diferença, só quem o vive sabe disso. Vivemos sempre em défice. Sabia que este jogo, desde o início, quando vi a sequência, que tê-lo às 9 da manhã, com o Japão, iria ser uma condicionante enorme. Por isso é que com a Suécia fizemos tudo para tentar pontuar. Até aí faltou o golo. Com esse golo já estávamos apurados”, referiu o mesmo.

Auriol pelo caminho Além da eliminação da equipa nacional de andebol, o domingo foi também um dia negativo para Auriol Dongmo, a atleta luso-camaronesa que prometia chegar às medalhas no lançamento do peso, e que acabou no quarto lugar da final, fora do pódio.

Foi “a coisa mais horrível” da vida de Auriol Dongmo, segundo a mesma lamentou após a final, onde alcançou a marca dos 19,57 metros. Foram apenas 5 centímetros que deixaram Dongmo fora das medalhas, onde a neozelandesa Valerie Adams alcançou o bronze com um lançamento de 19,62 metros. A prata foi para a norte-americana Raven Saunders, com 19,79 metros, e o ouro para a chinesa Lijiao Gong, com 20,58 metros.

Na classe 470 de vela, onde a dupla de irmãos Diogo e Pedro Costa tinha surpreendido, um deslize levou ambos para o 13.º lugar da classificação geral, longe da regata das medalhas. A dupla chegou em 10.º lugar na sétima regata, e em 16.º na oitava. As últimas duas regatas da fase regular acontecem na madrugada de segunda-feira.

Já a equipa portuguesa de ténis de mesa, constituída por Marcos Freitas, Tiago Apolónia e João Monteiro, acabou eliminada logo nos oitavos de final do campeonato, pela Alemanha, a quem não conseguiram vencer um único set.