Líder da máfia calabresa detido em Madrid com falsos documentos de identidade portuguesa

Um dos homens mais procurados de Itália, acusado de homicídio, foi encontrado em Madrid com seis telemóveis e quase seis mil euros em notas de 200. 

Um dos principais líderes da máfia 'Ndrangheta', dos homens mais procurados de Itália, foi detido pela polícia espanhola em coordenação com a polícia italiana, os Carabinieri.

Domenico Paviglianiti, que comandava o grupo que controla a maior parte do tráfico de cocaína na Europa, foi encontrado, na segunda-feira, em Madrid, no bairro Cuatro Caminos, local onde vivia com documentos de identificação portuguesa falsos. 

"O detido, considerado um dos foragidos mais procurados de Itália, foi localizado com documentação portuguesa falsa, seis telemóveis e quase seis mil euros em notas de 200 euros", indica um comunicado divulgado pela Polícia Nacional de Espanha.

Domenico Paviglianiti já esteve atrás das grades, tendo sido detido pela primeira vez em 1996, em Espanha. Três anos depois, foi extraditado para a Itália. 

O chefe da máfia, considerado o "chefe dos chefes" pela imprensa italiana, era procurado pelo crime de homícidio que foi acusado e condenado a 16 anos de prisão em Itália. Paviglianiti tem ainda a cumprir 11 anos e oito meses da pena, uma vez que, em 2019, foi libertado pelo facto dos seus advogados terem conseguido a liberdade do criminoso através de uma tecnicalidade jurídica. 

Quando foi extraditado de Espanha para Itália, Domenico ia com sentença de prisão perpétua e esta não estava incluída nas condições de extradição do país vizinho. Desta forma, os advogados deram a volta à situação e o tribunal concedeu liberdade. Mais tarde, o líder da máfia decide regressar a Espanha. 

O Ministério Público italiano reconheceu o erro cometido pelo tribunal que lhe concedeu liberdade e decidiu emitir novamente um mandado de captura.

A polícia detetou elementos da família do capo em Barcelona, sítio onde ele passou alguns meses refugiado, antes de mudar-se em definitivo para Madrid. Mesmo longe, Paviglianiti continuou a controlar as operações da máfia no norte de Itália e América do Sul.