Diretor de recursos humanos envolvido em vídeo polémico em Madrid anuncia saída da TAP

Para o antigo gestor de recursos humanos da TAP, a saída da empresa é “um ‘divórcio’ por mútuo consentimento e acordo e onde cada parte pode e deve ESCOLHER o seu caminho”.

Pedro Ramos, o diretor de recursos humanos da TAP que esteve envolvido num vídeo polémico sobre a contratação de pessoas em Madrid, vai sair da empresa. A notícia foi confirmada pelo próprio, esta quarta-feira, através de uma publicação na rede social LinkedIn.

“Conforme notícias que têm sido veiculadas nos últimos dias, confirmo que, após um período de reflexão e muita ponderação, cheguei a acordo com a TAP sobre a minha saída da empresa e, com isso, deixei de exercer o Cargo de Diretor de Recursos Humanos do Grupo TAP”, lê-se na publicação.

“A gestão da TAP demonstrou que não precisa mais do meu envolvimento enquanto Gestor das (suas) pessoas, e eu assumo publicamente que deixei de escolher a atual TAP para poder empreender e fazer crescer e concretizar o meu propósito”, acrescenta Pedro Ramos.

Para o antigo gestor de recursos humanos da TAP, a saída da empresa é “um 'divórcio' por mútuo consentimento e acordo e onde cada parte pode e deve ESCOLHER o seu caminho”.

Pedro Ramos estava suspenso de funções desde junho, na sequência de um inquérito disciplinar instaurado pela companhia aérea por causa do vídeo publicado nas redes sociais. Em causa está um vídeo gravado em Madrid e no qual surge Pedro Ramos e João Carlos Falcato, diretor de recursos humanos da Manutenção & Engenharia, que publicou o vídeo em questão no seu Facebook. Nas imagens, os responsáveis diziam que se encontravam em Espanha a recrutar pessoas para a TAP Madrid, para a área de carga, numa altura em que a empresa enfrentava um duro processo de reestruturação.

Pedro Ramos escreveu ainda na publicação que o vídeo foi "fortemente aproveitado pelas redes sociais" e "veio, de repente, pôr em causa os mais de 25 anos" nos recursos humanos da empresa. O registo "não foi mais do que um vídeo privado, gravado num contexto informal e, apenas, destinado a um grupo muito restrito de pessoas", sublinhou.

"De repente, o conteúdo inócuo, inofensivo, sem qualquer intenção de denegrir, 'gozar', ou até revelar algum tipo de informação que não fosse já conhecida (evidentemente, no seu contexto próprio), foi utilizado de forma descontextualizada pondo-me em evidência", frisou, acrescentando que o vídeo foi alvo de uma "utilização inadequada, descontextualizada, desvirtuada e completamente desproporcional" que transformou "um 'não tema' num assunto de impacto colossal".